domingo, 25 de agosto de 2013


Google lança smartphone para competir com o Iphonec9d2w8euqj0anyb25nwdlnzoe


Está cada vez mais difícil inventar o Matador do iPhone. Inclusive para a Apple.
A verdadeira ideia magnífica, imensa e radical do iPhone, na época de seu lançamento, em 2007, foi acabar com os botões. Transformar o celular inteiro em uma tela sensível ao toque retangular.
Atualmente, todas as empresas já fizeram isso. Todos já acrescentaram reconhecimento de voz, GPS e navegação. Todos já aprimoraram as telas ao ponto de precisarmos de um microscópio para perceber a diferença.
Então e agora? Como distinguir seu telefone dos outros 4 mil aparelhos com tela sensível ao toque? (Isso não é uma piada. Hoje existem 3.997 celulares Android diferentes. E seis iPhones e uma ampla variedade de aparelhos Windows e BlackBerry. Deus ajude os aterros sanitários.)
Com muito alarde, o Google orgulhosamente apresenta sua resposta? O Moto X.
Este telefone é o primeiro produzido pela Motorola desde que o Google a comprou, no ano passado, por US$12,5 bilhões (nota da redação: o Moto X ainda não é vendido no Brasil) .
Olhando para ele, você nunca diria que esse é o aparelho Android através do qual a Motorola espera mudar tudo. Sua traseira curva é plastificada, e não de metal (como o HTC One) ou vidro (como o iPhone 4 e 4S). Sua confortável tela de 4,7 polegadas parece ótima, mas não é tão grande ou nítida quanto o Samsung Galaxy ou o HTC One. O telefone é bastante rápido, mas seu processador não é o mais novo ou melhor.
Contudo, o Moto X oferece cinco recursos que nenhum celular jamais ofereceu.
Recursos
Recurso 1: é possível criar seu próprio esquema de cores. Você recebe uma escolha de 18 cores para o painel traseiro, preto ou branco para a frente, e sete cores para alguns detalhes (os botões e o anel ao redor da lente da câmera). As opções de cores são excelentes; a probabilidade de você e seu inimigo aparecerem em uma festa com um Moto X idêntico é de uma em 252.
Clientes nos EUA recebem seus telefones customizados em até quatro dias, cortesia do Recurso 2: ele é montado nos Estados Unidos. Os componentes ainda são feitos na Ásia, mas eles são finalizados no Texas – você pode perder menos sono se preocupando com trabalhadores chineses mal pagos.
O Recurso 3 é o mais útil: o modo sem toque. Assim como a Siri no iPhone, você pode mandar o aparelho discar um número, enviar uma mensagem, abrir um aplicativo, definir um alarme, procurar um fato na internet e assim por diante.
Comandos de voz
Porém, diferente da Siri, não é preciso pressionar um botão para falar. O celular está sempre escutando, mesmo quando estiver no porta-copo de seu carro.
E funciona incrivelmente bem, desde que você inicie seu pedido com uma saudação, “OK, Google Now”. Sem tirar os olhos da estrada, você pode dizer: “OK, Google Now, me diga a rota até o Empire State Building”. Ou “OK, Google Now, me lembre de dar o remédio para o cachorro às 20h00″.
Essa ideia realmente inspirada é um salto adiante em segurança e conveniência. Ela deve seu sucesso a um chip especial que simplesmente escuta o dia todo. No entanto, ele vem com letrinhas miúdas.
Por exemplo, é preciso treinar o telefone a reconhecer sua voz. Em uma sala silenciosa, você precisa repetir “OK, Google Now” por três vezes, exatamente da mesma forma.
Se você protege o celular com senha, o recurso perde grande parte de sua força. Ele não executa a maioria dos comandos até você desbloquear o aparelho – e esse é o fim do conceito “sem toque”.
E os comandos de voz do Android ainda não se comparam aos da Siri. O telefone reconhece o básico, como “Me acorde às 7h30″, “Abra o Angry Birds”, “Qual o valor das ações do Google?” e “Verifique a previsão do tempo para Memphis na sexta-feira”.
Diferente da Siri, porém, ele não consegue criar respostas faladas a consultas sobre filmes, esportes e restaurantes. Ele não reconhece “Leia minhas novas mensagens de texto”, “Acrescente picles na minha lista de compras” ou “Poste no Twitter, ‘Acabo de ver um arco-íris duplo’”. O Android não tem a mesma esperteza.
Ou a personalidade. Experimente dizer “Conte-me uma piada”, “Você acredita no amor?” ou “Abra as portas do compartimento, Hal” para a Siri; você receberá respostas engraçadíssimas. Em comparação, o Moto X soa lobotomizado.
Ferramentas
Entretanto, o Moto X vem com uma percepção situacional soberba. Se você ligar o recurso Assist, o telefone alterna os modos de acordo com a hora e o local: dirigir, reunião e dormir.
No modo dirigir, o celular detecta quando você está em movimento. Ele começa a ler novas mensagens de texto em voz alta, direcionando chamadas ao modo viva-voz e, se você quiser, respondendo a chamadas com uma mensagem de texto automática: “Estou dirigindo e retorno assim que puder”.
No modo reunião, o telefone sabe quando você está em um evento ou reunião consultando seu calendário. Durante esses períodos, ele ativa o silencioso e pode responder com uma mensagem de texto (“Estou em uma reunião, retorno quando puder”). Softwarezinho inteligente!
O modo dormir, como sugere o nome, coloca o aparelho no silencioso durante as horas que você especificar como de sono (nos modos dormir e reunião, você pode criar exceções para favoritos ou quando uma pessoa insiste por diversas vezes).
Recurso 4: a Motorola observou que muitas pessoas despertam seus telefones várias vezes ao dia apenas para conferir a hora ou mensagens perdidas. O Moto X exibe essa informação brevemente – a hora e um ícone para evento perdido – sempre que você o move. Não é preciso apertar nenhum botão; apenas puxe-o de seu bolso ou levante-o da mesa. A empresa diz que isso não gasta praticamente nada de bateria (que é mais ou menos igual à de seus rivais: você precisa recarregá-lo toda noite).
Se essa tela exibe um ícone (mensagem de texto, e-mail ou ligação, por exemplo), você pode manter o dedo pressionado sobre ele para visualizar os detalhes. Ou deslize para cima para abrir o aplicativo correspondente e responder. Infelizmente, este recurso mostra apenas uma notificação – a mais recente.
Câmera
Recurso 5: você pode abrir o aplicativo da câmera movendo o pulso umas duas vezes, como se tentasse espantar um mosquito; funciona com o telefone ligado ou desligado. Em dois segundos, você está pronto para tirar uma foto tocando em qualquer ponto da tela.
Isso é maravilhoso, assim como o próprio aplicativo simplificado. No entanto, a câmera deixa um pouco a desejar. Ela faz uma quantidade ridícula de busca por foco, e você acaba com algumas imagens borradas. Além disso, os vídeos são um pouco simplórios demais.
É ótimo que a Motorola esteja focada em aprimorar alguns recursos inovadores que você irá realmente usar; não é como o Samsung Galaxy S4, sobrecarregado com uma montanha de truques duvidosos. É ótimo que o telefone tenha uma proteção resistente a espirros de água. Também é ótimo que, por se tratar de um aparelho do Google, você poderá atualizá-lo a novas versões do Android conforme elas aparecerem. Isso é raro de acontecer em celulares Android de outras empresas.
Infelizmente, as cinco grandes inovações do Moto X não chegam a abalar a terra. Ele é um bom telefone, mas precisa competir com a beleza profundamente satisfatória (e alto-falantes superiores) do HTC One, o fervilhante poder (e tela superior) do Galaxy S4, e o ecossistema infinito de aplicativos e acessórios (e controle por voz superior) do iPhone.
Moto X, alguém se habilita?
Por David Pogue / iG

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