Governo e produtores chegam a acordo. Mel e Leitem podem entrar nas novas fórmula da cerveja no Brasil
Governo e produtores de cerveja chegaram a um acordo antes
do previsto sobre a nova fórmula da bebida. A reunião para debater o
assunto, que duraria dois dias, terminou nesta terça-feira. Uma portaria
submetendo o texto da instrução normativa a uma consulta pública será
publicada no Diário Oficial da União nos próximos meses. Será o último
passo para o debate da questão no Brasil. Depois, a discussão passa a
ocorrer no Mercosul, que também precisa aprovar as modificações na
receita. A cerveja é um dos produtos cujos padrões de qualidade e
identidade são harmonizados entre os países do bloco.
Segundo informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, a maior parte das reivindicações dos cervejeiros foi
atendida, mas não houve consenso quanto ao pedido de parte do setor
privado de redução do percentual de cevada maltada de 55% para 50%. Isso
permitiria uma adição maior de cereais baratos, como milho e arroz.
Algumas empresas estão reivindicando isso, porque diminuiria o custo
da matéria-prima. A gente não vê justificativa para a necessidade. O
texto vai ser encaminhado [para consulta pública] com esse teor, mas a
gente sabe que algumas empresas vão solicitar a diminuição [da cevada
maltada]. Só será aceito se houver justificativa técnica muito robusta
explica Marlos Vicenzi, chefe da Divisão de Bebidas do ministério.
Entre os pontos a respeito dos quais houve acordo está a permissão de
matérias-primas de origem animal na produção da bebida, que hoje só
pode ter adição de sucos vegetais. Mel e leite estão entre os
ingredientes que podem passar a fazer parte da fórmula. Ficou acertado
ainda que o texto da instrução normativa preverá a possibilidade de
envelhecimento da cerveja em recipientes de madeira, a exemplo do que é
feito com vinho e outras bebidas. O lúpulo, hoje obrigatório na receita,
poderá ser substituído por ervas aromáticas no caso de algumas
variedades da bebida.
De acordo com Marlos Vicenzi, a consulta pública sobre o texto deve
ter prazo aproximado de 30 dias. Não há definição sobre a data do
lançamento, pois o Ministério da Agricultura ainda precisa reunir-se com
a pasta da Justiça para discutir a questão da cerveja sem álcool. Hoje,
é considerada sem álcool a cerveja com até 0,5% de teor alcoólico, mas
há um entendimento dos órgãos de defesa do consumidor de que a bebida
deveria ser completamente livre do aditivo. Como a questão precisa
entrar na instrução normativa, a publicitação do texto só ocorrerá após
acordo sobre o tema.
Fonte: Blog do BG com informações-O Globo
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