sábado, 17 de agosto de 2013

Menina que se veste como menino bomba nas redes sociais
Tereza Brant (Foto: ÉPOCA)
Tereza Brant já acumula 30 mil seguidores no Facebook (Foto: ÉPOCA

Como um Sansão às avessas, Tereza Brant, uma menina de classe média (ex-alta) de Belo Horizonte só conseguiu encontrar a 'força' depois de cortar o cabelo. Então virou... Tereza Brant, uma menina com voz, corpo e rosto de menino que adora ser Tereza. O menino encantador, sexy e de sorriso solto é o novo sucesso entre adolescentes nas redes sociais. Cada foto publicada no Instagram gera mais de mil curtidas, muitos compartilhamentos e comentários de todos os tipos, como "Mesmo sendo uma mulher heterossexual, você é o macho que eu quero", "Por você eu viraria lésbica", "Nossa, você é lindo" -, e, no Facebook acumula mais de 30 mil seguidores. Está confuso (a)? “Não vim ao mundo para explicar, mas para confundir. Não gosto de nada fácil”, afirma a moça, discorrendo com tremenda tranquilidade sobre suas escolhas. Mas a maioria das pessoas passa horas discutindo sobre o assunto quando se depara com uma foto de Tereza, no RG Tereza Christina Silva Borges, tentando encontrar uma explicação, que para ela não existe. “Sinto-me bem assim e não vou deixar de ser eu mesma”. O fascínio e a curiosidade das pessoas só fazem crescer e, com isso, sua popularidade. "É uma loucura, estou sem saber o que fazer com isso tudo. As pessoas me param nas ruas", diz Tereza. Ela começou a fazer tratamento com hormônios masculinos para dar uma ‘bombada’ há nove meses, quando viu que os amigos cresciam e ela continuava franzina. Tereza não quer mudar de nome nem se tornar homem, só na imagem, cujo único critério para a transformação foi o espelho. "Costumava namorar meninos, mas faltava alguma coisa. Quando cortei o cabelo e meu vi no espelho, adorei, mas parecia que tinha parado no tempo e queria também ver mudanças, externar o que eu sentia de dentro para fora. Foi aí que comecei o tratamento. Me dou muito bem sendo menino e expondo isso. Já mudei bastante, os músculos cresceram, a voz engrossou, só estou odiando os pelos crescendo por toda a parte. É uma coisa horrorosa”, diz ela. Pretende fazer alguma cirurgia? “Só nos seios, que depois que comecei o tratamento viraram uma muxiba da vovó, mas ainda não sei quando. Quando a pessoa me vê sem camisa, ela fica literalmente confusa e quando descobre que sou mulher, só piora”, afirma.


E seus pais? "Sou filha única e minha mãe sempre teve um relacionamento aberto comigo. Sempre disse: 'te amo do jeito que você é'. Meu pai sempre me deu todo respaldo possível. Tudo é mais simples do que parece", diz ela, que não foge de nenhuma pergunta, como por exemplo, se prefere meninos ou meninas. "Até os 16 ficava com meninos, mas depois que cortei o cabelo passei a ficar com meninas. O que importa é o ser humano. Se dá para aprender com os dois, porque escolher um só?", diz ela, que recebe cantada de todos os lados, gays, héteros, bissexuais e principalmente meninas muuuuito novas, de 13 a 17 anos.

Tereza Brant (Foto: ÉPOCA)
"Se dá para aprender com os dois, porque escolher um só?", diz Tereza, que recebe cantada de gays, héteros, bissexuais e principalmente meninas mais novas  (Foto: ÉPOCA


Tereza não consegue listar um único inconveniente em seu cotidiano – atualmente ela divulga festas de música eletrônica (não gays) na capital mineira e teve que parar de estudar por problemas financeiros, mas pretende cursar faculdade de medicina -, e não tem um caso de rejeição para contar, nem quando as meninas – que ainda não a conhecem – acreditam que ela seja um gato na noitada. “Nunca passei por homem se não fosse por brincadeira. Quando me apresento falo meu nome normal, mas já aconteceu de eu brincar com a minha ‘dupla personalidade’ e a menina ficar bem chateada”, diz. “Nunca vou mudar e gostaria que as pessoas me entendessem e pensassem como eu. As pessoas precisam ter a mente mais aberta e precisamos de pessoas com ideias diferentes para fazer o mundo ficar melhor. Adoro ser um tapa na cara das pessoas”, diz Tereza, que não vê problema em fazer parte de uma ONG ou grupos trangêneros. “Apoiaria todas as causas, porque as pessoas querem ser tratadas com respeito independente da postura. A gente só quer ser levado a sério”, diz. Pretende ser mãe? “Me vejo como o melhor pai do mundo, mas nunca pensei em gerar filhos, vê-los saindo de mim. Mas quero casar e, quem sabe, adotar”. Alerta: mesmo com tanto assédio, Tereza está solteira e avisa: "Passei da fase de pegadora. Lógico que reparo em homens bonitos, mas com mulheres faço questão de dar minha opinião. Mulheres são bem mais sensuais". E, mesmo querendo estudar medicina, Tereza tem um sonho: "Adoro posar para fotos, atuar e cantar. Meu sonho é trabalhar na TV Globo".

fonte:epoca.globo.com

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