sexta-feira, 16 de agosto de 2013


O repórter-fotográfico da Folha Joel Silva, 47, foi atingido de raspão na cabeça por um disparo durante a tarde de sexta-feira, no Cairo. Ele passa bem.

Ele fotografava protestos ao redor da cidade quando eclodiu um confronto entre os apoiadores e os opositores do presidente deposto Mohammed Mursi. Os apoiadores, islamitas, querem a restituição do presidente eleito e os opositores defendem o golpe realizado pelo Exército no último dia 3 de julho.

Nesta sexta, os islamitas realizam na capital egípcia pelo menos 28 marchas rumo à praça de Ramsés, onde a reportagem esteve poucos instantes antes do incidente. Na quarta-feira (14), o Exército realizou uma violenta operação que pôs fim a dois protestos prolongados e resultou num massacre que deixou ao menos 638 mortos e mais de 4.000 feridos.

Silva, tratado por médicos no hotel, está bem. Ele narra que os disparos, que ele filmou, começaram diante de um prédio da polícia, embaixo de um importante viaduto do Cairo. Ele retornava após avaliar que a situação na praça Ramsés tinha ficado muito perigosa.

Depois de ferido, Silva foi levado pelo Exército egípcio, em um jipe, de volta ao hotel em que está hospedado.

A equipe médica que avaliou o ferimento de Silva estabeleceu que ele não corre riscos. Há uma ferida na cabeça, já tratada pelo enfermeiro Ayman Mohsen.

A reportagem foi abordada por diversas pessoas nas ruas que tentavam cercar os jornalistas, chamando-os de espiões. A equipe da Folha havia se separado minutos antes, em meio ao tumulto.

“Eu não percebi, na hora”, conta Silva, que vestia colete à prova de balas e um capacete quando foi ferido. “Senti um baque no capacete, então alguém ao redor me avisou que tinha recebido um tiro.”

Silva fotografou para a Folha outros conflitos armados, como a insurgência contra o ex-ditador líbio Muammar Gaddafi, em março de 2011. Ele também já esteve em um acampamento das Farc, na Colômbia, e participou da cobertura de outros eventos internacionais, como as Copas do Mundo de 1998 e 2010.

O hotel em que a reportagem está hospedada está cercado pelo Exército. Há sons de disparos ao redor. Os funcionários alertam para que os hóspedes mantenham distância das janelas, por conta do risco de serem atingidos por balas perdidas.

fonte:Blog do BG 

Nenhum comentário:

Postar um comentário