Rio -  O ônibus da Linha 484 (Olaria-Copacabana) que atropelou e matou cinco pessoas, além de ferir outras 21, tem 22 multas recebidas ao longo de três anos. Seis notificações são por transitar em velocidade superior a máxima permitida, de acordo com o site da Secretaria estadual de Transporte. Em nota, a empresa Viação City Rio informou que "as infrações foram cometidas por motoristas diferentes em situações pontuais, portanto, não servem como indicativo de comportamento perigoso e propensão a acidentes".


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A jovem Katia, de 15 anos, está entre as vítimas do acidente | Foto: Reprodução Internet
A empresa explicou ainda que o acidente pode ter sido provocado por uma batida na lateral traseira esquerda do coletivo e que aguarda os resultados da perícia técnica para confirmar se houve excesso de velocidade do motorista.
Corpos serão sepultados nesta quinta
Os corpos de duas das cinco vítimas fatais serão sepultados nesta quinta-feira. Kátia Cândida, de 15 anos, será enterrada às 9h no Cemitério do Caju, na Zona Portuária. Já o corpo de Monique Rocha Marques, 22, será sepultado às 16h, no Cemitério de São Gonçalo, na Região Metropolitana.
O motorista do ônibus da Linha 484 perdeu a direção e invadiu uma calçada num ponto onde muitas pessoas aguardavam pela condução. Pelo menos 21 pessoas ficaram feridas.
Monique era casada com o pai de Katia. A família havia se mudado para Bangu, na Zona Oeste, há pouco mais de uma semana. A duas, contudo, foram até o Caju na terça à noite pegar alguns pertences. 

Thais Fidelis da Silva, que também morreu na tragédia, era amiga de Kátia e acompanhou a colega até o ponto de ônibus.

De acordo com um amigo da família, Monique ainda ligou para o marido dizendo que estava à espera do ônibus e que dois coletivos da linha 484 já haviam passado pelo local, mas sem parar no ponto.

Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia
Segundo testemunhas, ônibus trafegava em alta velocidade | Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia
A polícia investiga se o ônibus estava sem freio. Segundo Marcelo Bezerra, 52, motorista de ônibus com 28 anos de profissão e testemunha do acidente, o colega que dirigia o coletivo não conseguiu parar. "Ele freiou a 200 metros do local e, provavelmente, perdeu o freio. Aqui não vemos marcas de pneu e, como o ônibus é de câmbio automático, ele não pôde reduzir a marcha", avaliou o profissional. 
Ônibus trafegava em alta velocidade, diz testemunha
Ainda no local do atropelamento, a mãe da adolescente Kátia, Nilda Cândida, 38, estava inconsolável. "Eu quero ver minha filha. Eu quero minha filha de volta", dizia a mulher, chorando muito e sob os cuidados de cerca de 10 parentes. "O pai da menina nem sabe ainda o que aconteceu. Tenho medo da reação dele", explicou Ailton de Souza, 52, um dos familiares.
Camelô no local, Leslan Ribeiro, 28, assistiu o acidente. "O ônibus veio muito rápido, a mais de 100 quilômetros (por hora). Ele entrou na calçada e só vi um monte de gente caindo. Peguei o telefone e liguei para os bombeiros na hora, mas foi uma visão terrível, com muita gente gritando de dor e pedindo socorro", relatou o rapaz. Agentes da 17ª DP (São Cristóvão) retornaram ao local do acidente nesta quarta-feira em busca de testemunhas que confirmem a versão de que o motorista trafagava em alta velocidade.
Além de Kátia, morreram no local Márcia Adriana Pacheco de Oliveira, 33 anos, Monique Rocha Marques, 22 e Maurício Xavier. No Hospital Souza Aguiar, no Centro, morreu Thais Fidelis da Silva.
A maioria das vítimas voltava para casa do trabalho, caso da frentista Márcia Adriana, que tinha acabado de sair do posto de gasolina, do outro lado da via expressa. “Sempre a buscava no posto. Hoje infelizmente não deu, e acontece essa tragédia", afirmou emocionado o marido de Márcia.
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Pelo menos 21 pessoas ficaram feridas | Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia
Entre os feridos, 16 precisaram de atendimento mais complexo, entre eles o motorista do ônibus, André Martins Navarro, 34, internado no Hospital Souza Aguiar, junto com outros nove removidos. Destes, um morreu e três foram liberados na manhã desta quarta. Três fizeram operações ortopédicas e estão em estado estável e dois em observação.
Outros quatro feridos foram levados para o Hospital Geral de Bonsucesso, dois para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, e outros dois para o Hospital do Andaraí. Os outros feridos foram atendidos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h) de Bonsucesso e liberados.
O registro da ocorrência e a investigação são da 17ª DP (São Cristóvão). Após a perícia do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), a pista lateral da Avenida Brasil foi liberada por volta das 4h. 
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Acidente deixou cinco mortos | Foto: Alexandre Brum / Agência O DIa