Mineradora pretende vender entre 15% e 30% de seu capital para companhia do setor minero-siderúrgico
Plano de investimentos inclui a mina de Esperança, em Brumadinho, que entrará em operação
A Ferrous Resource vai negociar entre 15% e 30% do seu capital com outra companhia do setor minero-siderúrgico. A mineradora pretende faturar de US$ 500 milhões a US$ 750 milhões com a transação, sendo que as conversas com os interessados já se iniciaram. Foi enviada carta-convite para 15 empresas nacionais e estrangeiras, consideradas parceiras em potencial, e apenas a Vale preferiu não participar, após considerar que os ativos da Ferrous estavam sobrevalorizados e que a prioridade seria desenvolver seus próprios projetos. A sul-coreana SK Netwoks não foi convidada, porque, recentemente, firmou parceria com a MMX. As informações são do diretor-executivo de Administração e Finanças da Ferrous, André Simão.
As empresas que participam da negociação terão até 15 de novembro para fazer uma oferta. Serão selecionadas três companhias, que terão acesso a informações financeiras da Ferrous e poderão fazer uma avaliação mais completa dos ativos da mineradora. O dia 31 de janeiro é o prazo máximo para uma proposta final, e o parceiro será escolhido. Em função dos trâmites jurídicos e de toda a burocracia existente em uma operação como esta, a previsão é que o novo parceiro esteja oficialmente na formação societária da empresa até o final de fevereiro de 2011.
O percentual de participação na companhia poderá aumentar com a compra de participação de outros acionistas. A Ferrous é formada por fundos de investimento e private equity dos Estados Unidos, Inglaterra e Austrália. Estes investidores não teriam a intenção de desenvolver os projetos e estariam dispostos a alienar suas respectivas cotas.
Caso se confirme a projeção da empresa quanto às receitas geradas pela venda, ainda será necessária a captação de US$ 2,6 bilhões, já contabilizados os US$ 500 milhões que a Ferrous possui em caixa, aplicados em CDBs, para tocar a primeira fase do plano de investimentos. De acordo com Simão, o banco Santander será o líder financeiro na estruturação da dívida da empresa. O planejamento é que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financie até US$ 1,3 bilhão e o restante seja bancado por um pool de bancos comercias.
Outra alternativa que também não é descartada pela Ferrous é retomar a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na Bolsa de Londres, que foi cancelada pela empresa depois de avaliar que o momento (2009) não era oportuno. A primeira parte do projeto consiste na entrada em operação da mina de Viga, em Congonhas, com ritmo de produção de 25 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. Um mineroduto vai ligar a lavra ao terminal portuário que será construído em Presidente Kennedy, no Espírito Santo. O porto também integra a primeira etapa do investimento. O volume maior de recursos será injetado entre 2012 e 2013, conforme o cronograma da empresa.
A segunda fase de aportes compreende a entrada em operação de todas as minas da Ferrous situadas em Minas Gerais. Além de Viga, existem operações em Itabirito, Brumadinho e Itatiaiuçu, todos municípios do Quadrilátero Ferrífero. Hoje nenhuma mina da empresa está produzindo. Os ativos minerários passam por período de recuperação ambiental e licenciamento ambiental.
No entanto, no processo de recuperação, é possível extrair e comercializar minério. Em 2008, a companhia embarcou para o continente asiático 520 mil toneladas, que geraram receitas de R$ 40 milhões. Em 2009, não houve comercialização. Neste ano, foram vendidas para Namisa e Vale 50 mil toneladas do insumo siderúrgico com teor médio de ferro de 65,5%. O negócio assegurou um faturamento de R$ 50 milhões.
Além da venda de minério em áreas onde a empresa faz a recuperação ambiental, as receitas da Ferrous também são originadas de participação em outras companhias, como uma mineradora africana e na London Mining.
A Ferrous vem recuperando passivos ambientais desde o início de seus projetos. A companhia assumiu o maior passivo de mineração de Minas Gerais, a Empresa de Mineração Esperança (Emesa), em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Na mina de Esperança, a Ferrous realizou uma série de medidas corretivas, como o desassoreamento do córrego Esperança e as recomposições da calha do curso d’água e da mata ciliar. Procedimentos semelhantes foram realizados em outras lavras.
Fonte: Blog Kennedense com informações do Hoje em Dia
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