Escolhido entre mais de 10 mil candidatos de todo o mundo, o lisboeta Bernardo Andrade Rodrigues ocupa desde o início do mês o cargo de profissional de cerveja da Guinness em Portugal. Bernardo, de 39 anos, participou da campanha lançada pela cervejaria em março e foi contratado por seis meses, com um salário de 1.500 euros por mês (cerca de R$ 4.500). Formado em economia, com mestrado em tecnologia e em ciências gastronômicas e cursos de ator e roteiro, Bernardo atribui à sua experiência acadêmica e paixão pela gastronomia o fato de ter sido selecionado pela cervejaria — e ao seu gosto por tomar cerveja, é claro.
— Beber e fazer cerveja são duas das minhas atividades preferidas — conta Rodrigues, que também é dono de um restaurante nos arredores de Lisboa, em entrevista por e-mail ao Boa Chance. — Além disso, tenho competências a nível da gastronomia, de fazer cerveja, da escrita e de vídeo, skills que acabam por ser essenciais para o desenvolvimento da profissão.
No início de julho, Rodrigues embarcou para sua primeira experiência profissional: uma viagem á fábrica da Guinness, na Irlanda, para receber formação para exercer o cargo, que, entre suas atribuições, exige a degustação da cerveja, visitar bares e relatar as experiências nas redes sociais. Rotina, que apesar de divertida, não é tão fácil, segundo o lisboeta:
— A minha rotina não é nada fácil. Ser Profissional da Cerveja é, ao contrário do que as pessoas pensam, um trabalho muito exigente. As pessoas não imaginam o esforço e concentração que são necessários para manter o copo equilibrado cada vez que bebo um chope perfeito. Visto o meu uniforme de Profissional da Cerveja com orgulho e encaro o almoço com o maior profissionalismo que se pode exigir, porque este é o momento em que bebo a primeira pint do dia — brinca Rodrigues, que lista a parte séria do trabalho. — Durante a tarde ocupo a minha agenda com workshops sobre a Guinness nos diversos irish pubs de Portugal. Ensino a tirar o pint perfeito e inclusivamente dou alguns exemplos criativos de como o fazer. Outra das minhas tarefas passa por partilhar os valores da marca, como a amizade, e dar a conhecer algumas curiosidades nas redes sociais.
Ele diz que os amigos e familiares ficaram com um sentimento de “inveja saudável” quando souberam que ele havia sido o escolhido para o cargo, mas que a maioria das pessoas se surpreende quando ele conta que é pago para ser um profissional da cerveja.
— Para beber cerveja não é preciso ser profissional, é apenas preciso gostar. Por isso é normal que tenha de fazer mais do que isso. Mas não vou negar que é uma grande parte do meu trabalho e que ser pago para o fazer é um sonho tornado realidade.
O contrato com a Guinness acaba no fim do ano, mas Rodrigueso não está preocupado com o que vai acontecer depois disso.
— Não penso muito no futuro para ser sincero. Gosto de estar focado no que estou a viver no momento e por agora estou a adorar ser Profissional da Cerveja. Gostarmos do que fazemos é certamente o mais importante e é o que vou continuar a fazer quando esta etapa terminar.
fonte:Blog do BG com informações-O Globo
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