sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Ex-catadora de caranguejo vira bióloga e busca vaga para mestrado

Divulgação
Marina fez o curso à distância

Marina fez o curso à distância
Ex-catadora de caranguejo no município fluminense de São Francisco de Itabapoana (a 322 km do Rio de Janeiro), Marina Barretos Silva, 47, se formou bióloga com graduação a distância, curso que completou em 2009. Agora tenta o mestrado. Como a mãe, hoje aposentada, Marina catou caranguejo praticamente a vida toda, inclusive na época em que estudava a distância. 
“É desumano o trabalho no manguezal. É muito puxado e ruim, mas me ajudou a sobreviver”, diz.
Dos oito filhos, somente ela tem ensino superior. 
“Não queria deixar minha mãe e meus irmãos e morar em outro lugar. Parei de estudar entre o ensino fundamental e o médio, que só retomei entre 2001 e 2003, quando já estava casada e tinha quatro filhos”.
Durante os estudos do ensino médio, soube da graduação a distância pelo Cederj (Consórcio de Instituições Públicas de Ensino Superior do Rio de Janeiro), que oferece mais de 6 mil vagas anualmente. 
“Alguém me falou do curso a distância. Fui lá para conferir. Chegou na hora certa, na hora que eu precisava”, lembra.
Hoje com quatro filhos e duas netas, a bióloga tenta um mestrado na UENF (Universidade Estadual do Norte Fluminense), na área de biociência e biotecnologia. Em janeiro de 2013, presta a prova de admissão com a esperança de ser aprovada para pedir uma bolsa de estudos.
“Queria muito entrar na área de pesquisa. Gosto de trabalhar em laboratório. A única desvantagem do EAD que fiz é que não tinha um”, diz ela, que começou a trabalhar no laboratório da UENF, em Campos dos Goytacazes, em abril de 2011, como estagiária não remunerada. 
TRÊS HORAS POR DIA
Marina cursou biologia, dedicando diariamente de duas a três horas para os estudos. 
“Cuidava da casa, mas não tinha emprego formal. Não sabia que gostava tanto de biologia até que comecei a estudar. Quanto mais estudo, mais gosto”.
O marido, que é pescador, sempre a apoiou. 
“Ele foi se acostumando com a ideia e sentia a minha aptidão. Quando estava no ensino médio, chegou a falar: Eu já sei que você nunca vai parar de estudar”, conta.
Não tinha computador e usava muito pouco esse recurso. Até hoje não gosto de usar. Pegava as apostilas no polo do curso o Cederj, que mantém um polo de ensino a distância no município em São Francisco de Itabapoana e esclarecia as dúvidas com os tutores durante a semana. Foi ótimo, estudava nas horas de folga e em casa.
Além da mudança de vida de Marina, a familia tem outro motivo para comemorar. A filha mais velha vai se formar também pelo curso a distância do Cederj em biologia, como a mãe
fonte:Ururau.com

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