Chinês processa hospital veterinário após morte de cachorro durante cirurgia plástica
A Justiça chinesa está investigando a morte de um cachorro, um mastiff tibetano, submetido a uma cirurgia plástica para dar uma esticada na pele. Segundo o site Global Times, o animal morreu durante a cirurgia, após uma parada cardíaca causada pela anestesia.
O caso veio à tona quando o dono do animal, identificado como Yu, decidiu processar o hospital veterinário onde o cachorro foi operado, no distrito de Tongzhou. O chinês imaginou que o animal ficaria mais atraente após a cirurgia, e o lucro com ele seria ainda maior. Yu é dono de uma criação de cachorros no distrito de Shunyi. Ele pede uma indenização de 880.000 iuans (R$ 277.734), valor pago pelo cão, adquirido de outro criador de animais.
- A pele da cabeça do meu cachorro era muito flácida, então eu queria cortar parte da pele da testa para dar uma esticada. Desse jeito, o pelo dele também pareceria mais longo, e a parte de trás da cabeça pareceria mais peluda também - explicou Yu, que pagou 1.400 iuans (R$ 441,85) pelo procedimento.
- Se o meu cachorro ficasse mais bonito, os donos de fêmeas pagariam um preço mais alto quando quisessem acasalar o meu cão com a cadela deles - disse Yu.
O chinês contou ainda que foi a primeira vez que submeteu um dos cachorros a uma cirurgia para esticar a pele. Mas outros animais da criação já foram operados para tornar as orelhas mais eretas.
Na China, os mastiff tibetanos são vendidos a preços exorbitantes. Nos últimos anos, eles se tornaram um símbolo de status da elite chinesa. Yu está no negócio de cachorros já 15 anos, e possui 30 animais. Os machos dão lucro ao cruzarem com as fêmeas de outras criações, e o valor desse acasalamento pode variar entre 30.000 (R$ 9.468) e 300.000 iuans (R$ 94.682).
Em entrevista ao Global Times, a veterinária Mary Peng disse que jamais recomendaria uma cirurgia plástica para um cachorro.
- A cirurgia pode deixar cicatrizes e causar infecções. Não recomendamos isso quando não contribui para melhorar ou salvar a vida dele
.
Qin Xiaona, diretor de uma associação pelos direitos dos animais, também se mostrou contra as plásticas em cães:
- Não é justo. É só uma maneira de satisfazer os desejos estéticos do dono, ignorando completamente os direitos e interesses do cachorro. Também sou contra criar mastiff tibetanos em cidades grandes. Eles precisam viver em áreas de planalto e pastagens. As pessoas não devem criá-los aqui só por lucro.
fonte:http://extra.globo.com
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