quinta-feira, 18 de abril de 2013

Urina, peixes mortos, melancia e terra: Veteranos são denunciados após “bizarrices” em trote do curso de Medicina
Trote
Urina, peixes mortos, melancia e terra. Essa é a mistura que veteranos de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro colocaram em uma piscina utilizada em um trote do curso ocorrido, há 15 dias, no campus da Ilha do Fundão. Os calouros foram obrigados a entrar no local, como revelam as imagens publicadas nesta quinta-feira (18). As informações vieram de dois alunos que presenciaram o trote, mas não quiseram divulgar seus nomes por temerem reações do grupo chamado “Esquadrão de bombas da UFRJ”.
— O esquadrão urina na piscina e coloca peixes mortos, terra e melancia. Isso é comum nos trotes e já teve calouro que se machucou com espinha de peixe — contou um dos estudantes.
Outra situação verificada nas imagens do trote, na qual calouros apareciam enfiando a cabeça em uma melancia, também causou indignação em alguns alunos, pois a fruta estava encharcada de vodka, e os estudantes foram obrigados a mordê-la.
— Eles colocam vodka na melancia e dividem os alunos em equipes. Ganha quem terminar de comer a melancia primeiro — explicou o mesmo estudante.
Apesar de o trote ser proibido no Estado do Rio, estudantes de universidades públicas e particulares não apenas ignoram a legislação, como contratam uma empresa para ajudar na organização pagando valores a partir de R$ 3 mil. Fotos postadas no Facebook da TGF Eventos mostram os calouros carregando placas com identificações depreciativas, como “viadinho tatuado”, “chifruda” e “filha do demo”. Outras placas com conotação sexual e de baixo calão sequer podem ser citadas.
A TGF Eventos informa que as brincadeiras ficam totalmente a cargo dos alunos, enquanto a agência é responsável pelo fornecimento de material como camisetas, canecas e o contato com possíveis patrocinadores. No trote do curso de Medicina, diversas imagens evidenciam a cervejaria Skol.
Após ser informada sobre os fatos, a direção da Faculdade de Medicina emitiu uma nota de repúdio e informou que abriu uma investigação para apurar o ocorrido.
De acordo com alunos do curso, os calouros são coagidos a participar do trote, que começa, em geral, numa terça-feira e dura até sexta. Durante esses quatro dias, os alunos são obrigados a carregar as placas no pescoço.
No ano passado, dois episódios também causaram revolta. Em um dos trotes, um aluno faltou a aula e, no dia seguinte, ao reaparecer na faculdade foi alvo do “Esquadrão de bombas”. O grupo o imobilizou em uma cadeira, usando fita adesiva, e depois viraram uma lixeira sobre a cabeça dele. Outro motivo de indignação foi a simulação de sexo que as calouras foram obrigadas a fazer com uma barra de chocolate. Os estudantes denunciam que tudo ocorreu em frente à prefeitura universitária da UFRJ.
O GLOBO

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