“Minha esposa tinha uma conta que não movimentava”. Com essas palavras o pastor Oseias de Moura, vice-presidente da Convenção das Assembleias de Deus no Estado do Espírito Santo e Outros (Cadeeso), reconheceu e justificou ter depositado em conta pessoal o dinheiro de evento da Igreja. Moura foi denunciado à Polícia Civil capixaba, por um membro da igreja, por suspeitas de desviar para a conta de Adriana de Paula Siqueira (mulher do pastor) o dinheiro dos patrocinadores do 16 Congresso.
O caso foi divulgado com exclusividade por ESHOJE nesta segunda-feira (12). A denuncia chegou a Delegacia de Defraudações (Defa), na sexta-feira (9) e nesta quarta (14) o delegado Gilson Gomes deverá ouvir o casal. Segundo o inquérito 212/2011, além de um saque de R$ 9 mil, houve um DOC eletrônico em favor a Rose Nascimento Eventos Produções de R$ 1.5150, referente ao pagamento da apresentação musical da cantora gospel, Rose do Nascimento. Todas as duas retiradas aconteceram no dia 20 de julho de 2005 – ano em que foi realizado o evento promovido pela União de Mocidade das Assembleias de Deus do ES e outros (Umades).
“Uma das exigências de quem patrocinou (o 16º Congresso da Juventude) foi que a conta que fosse depositada o dinheiro tinha que estar zerada. Não podia ter nada. Aí, minha esposa tinha essa conta que não movimentava”, justificou o pastor Oseias. O vice-presidente alegou também que na época a sede da Convenção, que fica em Vila Velha, estava em construção e, por isso, o volume de movimentação bancária da Cadeeso era grande. Deste modo, a verba destinada ao Congresso poderia ser usada na obra. A Umades é um órgão da Convenção e não configura como pessoa jurídica.
De acordo com o pastor Oseias de Moura, antes de utilizar a conta da esposa, a direção da Convenção aprovou o seu uso. Ele não soube precisar o montante arrecadado de patrocínios, mas calcula que o evento tenha custado mais de R$ 40 mil. O saldo de R$ 2mil que sobrou foi repassado a Cadeeso. “Depois do evento essa conta foi zerada. Coitada da minha esposa, ela não tem um real nessa conta”, ironizou, minimizando a denuncia.
Quanto a suspeita de desvio de dinheiro proveniente de dízimos Oseias esclareceu que a atuação da Convenção com as igrejas não é administrativa e, sim, ministerial. Assim, o valor que entra na conta da Convenção vem da contribuição mensal de 3% calculados em cima do salário mínimo, pagos por ministros das igrejas Assembleias de Deus, que são pastores e evangelistas.
De acordo com o pastor foram três dias de congresso, sendo os custos com alimentação e estadia arcados pela Convenção. A partir de dinheiro dos patrocinadores.
Para Oséias de Moura a denuncia é uma maneira de sujar seu nome e o de sua família. Ele é filho do presidente da Cadeeso, pastor Osmar Domingos de Moura. “São denúncias infundadas”.
fonte:Jornal ES Hoje
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