sexta-feira, 6 de abril de 2012

Farol de São Tomé foi o destaque no Globo Mar. Veja o vídeo
Tratores auxiliam barcos na pesca do camarão na Praia do Farol

Tratores auxiliam barcos na pesca do camarão na Praia do Farol
O Programa Globo Mar, da Rede Globo de Televisão veio ao litoral norte do Rio de Janeiro para falar de um dos reis dos mares, um rei dos pescados. Até parece um bicho enorme, mas, muitas vezes, ele não tem mais do que 20 centímetros. Estamos falando do camarão. As pessoas adoram esse bicho ao redor do planeta e, por isso, o camarão é um dos frutos do mar mais cobiçados e mais rentáveis, um item importante de exportação do nosso país.  Por isso, eles vieram a Campos, porque aqui ele é pescado de forma única, que envolve inclusive o uso de vários tratores.

Nossa aventura começou na Praia do Farol de São Tomé. No local, não tem plantação, mas trator é o que não falta. As máquinas são os grandes aliados dos barcos. Eles trabalham juntos há mais de 30 anos na pesca artesanal do camarão. É que, na praia, não tem porto nem outro lugar para um barco atracar.
  
Durante muito tempo, os pescadores da Praia do Farol só podiam usar canoas pequenas, que eles mesmos empurravam perigosamente através das ondas para trabalhar. Até que um dia surgiu uma ideia simples e ousada: usar trator para puxar e empurrar as embarcações do mar. Não é que deu certo? Na hora de os barcos voltarem do mar, a praia vira um estacionamento de tratores. Em média, 150 barcos estacionam na Praia do Farol de São Tomé.


O tratorista Thiago Henriques revela que recebe R$ 50 por ‘puxada’: “Tem dia que que estaciono 30, 40, 100 barcos. Eu recebo por puxada. Custa R$ 50 para colocar, tirar e levar o camarão, para fazer todo o serviço”. A gorjeta do ajudante que engata o cabo do trator no barco é um balde de camarão.

No outro dia, a equipe da Globo acordou cedo para continuar a nossa aventura na pesca dos camarões,  nos deparamos com uma manhã surpreendentemente fria para o litoral fluminense, com vento e um pouco de chuva. O movimento no mercado está meio devagar. “Eu acho que é a única operação nesse sistema. Ela foi inspirada no carro de boi, mas o pessoal nosso é daqui do interior de Campos que trabalha muito com carro de boi na época do corte de cana. E foi na entressafra que os nossos parentes vinham aqui para a praia pescar”, conta o presidente da colônia de pescadores, Rodolfo Ribeiro.


O sol aparece e, desta vez, o repórter Ernesto Paglia cria coragem e embarca em um dos barcos empurrados pelo trator. Quando  nos afastamos da praia, os pescadores começam a preparar as redes para o arrasto. Eles usam uma bem malha fina para pegar um bicho tão pequeno. Depois de uma hora e pouco, cerca de 40 quilômetros da costa, já não dá para ver mais a terra. Então, começa a operação. Os tangones mantêm as redes afastadas do barco. E fazer esse arremesso exige uma técnica. Por isso, é preciso cuidado.

O mestre do barco é o encarregado de manter o motor do barco na velocidade certa para abrir a rede. Se ele puxar muito depressa, pode arrebentar ou fazer com que a rede não encoste no fundo, fique flutuando. E o camarão fica lá no fundo, caminhando. Por isso, é preciso uma rede de arrasto. Por isso o nome: tem que arrastar no fundo do mar para pegar o camarão. Cada arrasto dura entre uma e duas horas. E os pescadores passam até 12 horas no mar.

VEJA A MATÉRIA



“Junto com o camarão, vem uma grande quantidade de outros pescados que a gente a gente chama de fauna acompanhante. A embarcação de camarão tem licença para capturar isso. Não é uma pescaria ilegal, mas o problema é que muito dessa captura não tem importância comercial. Então, acabam morrendo”, explica o professor Marcelo Vianna, biólogo da UFRJ e consultor do Globo Mar. “É uma forma eficiente de pescar, mas é uma forma predatória também. A pescaria mundial de camarão tem uma relação de um para dez. O que isso quer dizer: para cada quilo de camarão que é desembarcado chega a se matar dez quilos de outros organismos que são jogados fora no mar. Então, a mortandade que essa pescaria causa é muito grande. E isso compromete pescarias futuras também”, aponta o biólogo da UFRJ.



Terminada a pesca, eles voltaram para a praia. E mais uma vez os tratores estão a postos esperando. Eles avisaram para os tripulantes se segurar, porque, quando o barco pega na areia, o baque não é suave. Depois, ele estaciona. E no fim da aventura, a equipe do Globo mar ainda aproveitou um prato delicioso: camarão no bafo, para abafar a adrenalina dessa aventura.

fonte:Ururau.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário