domingo, 4 de novembro de 2012


Candidata do ENEM dá a luz no local da prova


Uma estudante de 17 anos deu à luz um menino dentro do banheiro da escola pouco minutos antes do início das provas de provas do Enem deste domingo em Sidrolândia, a 170 quilômetros de Campo Grande (MS). Mato Grosso do Sul. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, ligou para a garota e disse que ela terá uma nova chance de fazer o exame, que será aplicado em 4 e 5 de dezembro em presídios e unidades socioeducativas, como as da Fundação Casa, em São Paulo.
Ex-sem-terra, P.O.L. mora com os pais no Projeto de Assentamento Eldorado, em Sidrolândia. Segundo alunas que estavam perto do sanitários, a garota pediu ajuda só quando sentiu que o parto estava próximo. Elas chamaram uma técnica em enfermagem que estava trabalhando na escola, mas a criança já havia nascido. A profissional enrolou o bebê em um lençol e aguardou a chegada do Samu.
Parturiente e recém-nascido foram levados para o Hospital Municipal de Sidrolândia. Uma pessoa da equipe de funcionários do hospital disse:  ”O menino é lindo e nasceu muito saudável. A mãe passa bem.”
Parentes disseram que nem P.O.L. nem a família sabiam da gravidez. “Eu não sabia que estava grávida. Não senti nenhum sintoma da agestação até hoje. Ontem, no primeiro dia de provas, não senti nada. Hoje, tive uma cólica forte e corri ao banheiro. Nasceu meu filho. Ele vai ser registrado com o nome Everton, como uma homenagem ao meu irmão”.
A garota quer ser veterinária ou jornalista. Antes de receber a ligação do ministro, confessou estar com ”muito medo” de não poder realizar a prova nunca mais. “Vai ficar difícil esperar até a próxima.”
A mãe, Leide, contou que viveu com a filha e o marido por dois anos acampados em barraca de lona plástica em Nova Alvorada do Sul, vizinha de Sidrolândia. A família foi assentada em 2006 pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no grupo Alambari, uma das divisões do assentamento habitado por famílias de vários movimentos, no lote 52, onde produz arroz, feijão e principalmente leite.

Fonte: Estadão

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