terça-feira, 13 de novembro de 2012

Não julgueis: A problemática do preconceito 

Por Josair Macedo

Dia desses, conversando com um homem que eu julgo pobre de espírito, ouvi a seguinte expressão: "Eu nasci branco para ser franco". Na hora tive dor de ouvidos. Pensei: "Só os brancos são francos?" Era o preconceito sorrateiramente escondido atrás de um adágio? popular. A atriz Thalma de Freitas, em outubro de 2011, foi abordada por policiais no morro do Vidigal-RJ, quando voltava da casa do namorado. Mesmo sem encontrar nada que a incriminasse, os policiais a levaram detida. Pergunta que não cala: Se fosse a Luana Piovani eles deteriam? Ou só detiveram a Thalma por ser negra? Quando a Thais Araujo, atriz negra, fez um papel de destaque em uma novela, adivinha com que nome batizaram a novela? A cor do pecado. Por que será? Os amiúdes acima apenas mostram um panorama do que é o preconceito em nossa sociedade. E esse preconceito não está apenas na memória da pele. Nós, seres humanos, temos uma facilidade muito grande em julgar nosso próximo. Julgamos uma pessoa pela sua condição financeira, pela sua roupa, pelo jeito de andar, de falar, pela sua intelectualidade ou falta desta... Quantos já não passaram pela experiência de, ao ver alguém pela primeira vez, dizer: “Essa pessoa tem um jeito de que é uma mala sem alça!”. Um pouco de conhecimento dessa pessoa muda nosso conceito, e vemos o quanto fomos precipitados em nosso precoce juízo. Vemos que aquela pessoa é "gente boa", nós é que nos precipitamos em fazer julgamento. Com a mesma medida que julgamos somos julgados. Em certa época, foi noticia em algumas grandes capitais de nossa nação o seguinte fato: Seguranças estavam deixando ter acesso livre aos prédios e repartições públicas as pessoas que se apresentavam de terno e gravata. Navalha na carne: Os bandidos passaram a entrar nos prédios usando ternos, e dos ternos saiam pistolas, então o assalto. É preciso lutar contra o preconceito. Por se multiplicar a iniqüidade, a ganância e a busca pelo poder, o homem tem se esquecido de amar o seu próximo. Já não se sente mais nada quando se passa por um mendigo na rua, muitas vezes nem o notamos. Isto é sinônimo de frieza interna.

Em nome da famigerada exigência de “boa aparência”, diversas pessoas têm perdido oportunidades preciosas na vida. A cor da pele, a condição financeira e outros fatores, digamos, preconceituáveis, não podem ser parâmetro para medirmos o real valor de um ser humano. O vaso é até de barro, mas há tesouros incomensuráveis escondidos lá dentro. Descubra em alguém que não aparenta a bondade, a sinceridade e o amor. Eu ainda acredito no ser humano.
Josair Macedo

fonte:Blog Kennedense

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