quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Fábrica aproveita semente de maracujá para produzir óleo cosmético

Bom Jesus do Itabapoana, na região Norte do Estado do Rio de Janeiro, terá sua primeira fábrica de óleos naturais graças ao esforço conjunto de produtores, técnicos, empresários e pesquisadores da Embrapa, Pesagro e Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF).
 
Eles organizaram-se para revitalizar a cadeia produtiva do maracujá na região, do campo à agroindústria, otimizando recursos e aproveitando as oportunidades de negócios. A Extrair Óleos Naturais é fruto desse trabalho e será inaugurada no próximo dia 14 com a perspectiva de produzir 600 litros de óleo de semente de maracujá por dia. O produto tem como destino a indústria de cosméticos.
 
O óleo da semente de maracujá tem propriedade hidratante e aroma característico e pode ser incorporado em cremes, shampoos e sabonetes. A fábrica, dirigida pelo engenheiro agrônomo Sandro Reis, recebeu orientação técnica da UENF e da Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro-RJ), financiamento de R$ 190 mil da Faperj e apoio da prefeitura de Bom Jesus do Itabapoana. Sandro e o sócio investiram R$ 60 mil de recursos próprios.

De acordo com Sergio Cenci, pesquisador da Embrapa e coordenador do projeto APL-Maracujá, a ideia da fábrica surgiu da necessidade de dar destino aos resíduos das indústrias de suco e polpa de fruta. "O processamento de uma tonelada de maracujá gera 700kg de cascas e sementes.
Se não forem aproveitados, tornam-se passivos ambientais".

Na fábrica, enquanto unidade-modelo, o processamento das sementes dará saída para dois produtos: óleo para a indústria de cosméticos e torta (bagaço resultante da prensagem da semente) para incorporação em rações para o gado leiteiro.

A UENF trabalha para dar destino à casca do maracujá que é rica em pectina e fibras. Os pesquisadores já chegaram a uma farinha que pode ser incorporada à dieta humana. O processamento está em vias de obter patente.

Sandro estava ligado a uma cooperativa de álcool e biodiesel quando participou de um congresso sobre óleos em Lavras (MG). Bastou para fazer a conexão entre o potencial da região e a oportunidade de negócio. Pesquisou na internet e encontrou informações sobre o projeto APL-Maracujá. Há mais de três anos acompanha os avanços do projeto e, assim, decidiu apostar no empreendimento.

"Começamos essa história junto com produtores, pesquisadores e empresários então temos compromisso com toda a cadeia produtiva. A indústria de sucos e polpa passou a ganhar com a venda das sementes para nós, então, ela tem que repassar parte desse ganho para os produtores também. Todos estão sendo beneficiados com esse arranjo", frisou Sandro.

Para suprir a demanda da fábrica de óleos, as sementes estão sendo compradas das indústrias de sucos e polpas do Rio e do Espírito Santo. A inauguração será dia 14, às 11h, no Distrito Industrial Nova Bom Jesus (Usina Santa Isabel), situada na rodovia Bom Jesus x Santo Eduardo (RJ 230).

fonte:RepórterOnline

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