quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

CPI da Saúde em São Francisco vai parar na Polícia Federal e no MP

Vereadores Fabinho do Estaleiro, Adriana Coelho, Chaô e Jarédio Azevedo na saída da 147ª DL/SFI
Num município com uma população de 42 mil habitantes, nada menos do que 35 mil exames laboratoriais em média eram registrados e faturados pela Clinica Fênix, de São Francisco de Itabapoana, onde uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada na Câmara de Vereadores investiga as suspeitas da existência de um rombo na Secretaria Municipal de Saúde.
Os vereadores que integram a CPI, de posse de um mandado de diligência, foram à clínica onde tentaram obter acesso às requisições relacionadas a um convênio existente entre o estabelecimento e a Prefeitura de São Francisco de Itabapoana desde agosto de 2009. “Considero um absurdo esse número elevado de requisições de exames, levando-se em conta uma comparação com a nossa população. Conseguimos apurar esses dados pela internet, no DATA-SUS, já que muitos documentos que poderiam esclarecer à CPI simplesmente sumiram ou foram danificados pela chuva numa casa velha que a clínica usava como arquivo”, disse o vereador Fábio das Neves, o Fabinho do Estaleiro.
A CPI também apurou que a Clínica Argeu Oliveira, que anteriormente prestava o mesmo serviço à prefeitura, registrava uma média de 6 a 11 mil requisições mensais de exames e recebia em torno de R$ 20 mil mensais pela prestação dos serviços, enquanto a Fênix faturava entre R$ 110 e R$ 120 mil por mês.
Depois da frustrada diligência na clínica, a CPI encaminhou um relatório ao Ministério Público Estadual, à Polícia Federal (já que foram utilizadas verbas federais, do SUS) e também feito registro da ocorrência na delegacia de Polícia Civil do município.
A CPI já ouviu o atual secretário de Saúde do município, Cristiano Sales, o ex-titular da pasta, Holbes Caminha, e a presidente do Fundo Municipal de Saúde, Daiana Barreto Acruche. Segundo Fabinho do Estaleiro, Caminha disse em seu depoimento que logo pediu exoneração do cargo por não concordar com as irregularidades na secretaria. Já Cristiano Sales disse ter assinado os boletins de serviço ambulatorial sem fazer a conferência se o serviço era prestado porque a tarefa cabe ao setor de Contas Médicas da Secretaria. O próximo passo da CPI agora será ouvir o ex-secretário Fabiano Córdoba e o proprietário da clinica Fênix, conhecido como Fabel.
Vereador Fabinho do Estaleiro faz parte da CPI que investiga a Saúde
Os dois depoimentos são aguardados com grande expectativa pelos vereadores e a população, já que as irregularidades surgiram na gestão de Córdoba, enquanto o dono da clínica é apontado como um dos beneficiários do esquema de corrupção na Saúde do município e um dos pivôs da crise no setor.
Os vereadores querem saber onde foram parar os R$ 13 milhões do Orçamento destinado à Saúde este ano, bem como ainda outros R$ 6 milhões que a Câmara autorizou para a secretaria. Falta de médicos, de medicamentos nas unidades de saúde, atraso de salários e dívidas com fornecedores são algumas entre as irregularidades.
Além do atual secretário, outros dois passaram pela pasta em meio à crise. Além de Fabinho do Estaleiro (presidente), integram a CPI os vereadores Renato de Buena (vice), Adriana Coelho (relatora), mais ainda Jarédio Azevedo e Jamilton Chaô.
Fotos: Divulgação / Blog Paulo Noel – Divulgação
fonte:O Diário

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