Prefeitura de portas fechadas, e vice quer assumir o cargo
Edson Nogueira chegou a ser cassado pela Câmara porque não aparecia na cidade
foto: Juliana Máximo/GZ
Com a prisão do prefeito e de seis secretários, a sede da prefeitura ficou fechada
Ednalva Andrade e Ana Paula SantosCom a prisão e o afastamento do prefeito de Presidente Kennedy, Reginaldo Quinta (PTB), na Operação Lee Oswald, o vice-prefeito da cidade, Edson Nogueira (PSD), quer assumir o cargo. A posse dele não têm data prevista e, por enquanto, o município está sem ninguém no comando.
Nogueira, que foi cassado pela Câmara em outubro de 2011 porque não estaria morando em Kennedy desde março de 2009, disse que não estava na cidade ontem. Indagado sobre as medidas que iria adotar, ele afirmou, por telefone, que vai aguardar a Polícia Federal concluir os trabalhos na prefeitura.
"Terminado o trabalho da Polícia Federal na prefeitura, acho que a Justiça vai determinar minha posse", limitou-se o vice, que não quis comentar as prisões. Ele rompeu com Reginaldo Quinta e, em maio de 2011, afirmou que fazia "trabalho voluntário" em Apiacá.
O vice-prefeito só poderá tomar posse porque sua cassação foi suspensa pelo juiz de Kennedy, em novembro. A decisão foi mantida pela 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça (TJES) em janeiro. Mas o presidente da Câmara, Dorlei Fontão (PV), que foi afastado ontem, recorreu ao Pleno do TJES. O caso, relatado pelo presidente da Corte, Pedro Valls Feu Rosa, estava em pauta, mas não foi julgado ontem.
O vereador Tércio Jordão Gomes (PDT), autor das denúncias que levaram à deflagração da operação, foi procurado ontem, mas não atendeu às ligações.
Os federais deixaram a sede da prefeitura por volta das 14 horas. A rua onde funciona o órgão foi liberada imediatamente, mas o acesso ao prédio foi proibido e impedido por um segurança da prefeitura. Ninguém trabalhou no local. Nas ruas, o clima da população que acompanhou os trabalhos da Polícia Federal era de revolta e insatisfação com a prisão do prefeito.
Alguns moradores manifestaram apoio a Reginaldo com gritos de "injustiça" e "soltem o prefeito", e creditaram a operação a uma "perseguição". Morador de um bairro de periferia, Hélio Rosário, 48, mesmo desempregado, defende que essa é uma das melhores gestões da cidade. "Eu morava na roça, mas lá não dava para chegar carro quando chovia muito".
foto: Gildo Loyola/GZ
Edson Nogueira é adversário do prefeito Reginaldo Quinta, que está preso
Ônibus de graça
"Agora a gente tem ônibus de graça e são poucas ruas que ainda estão sem calçamento", atesta a auxiliar administrativa Denise Silva de Oliveira.
foto: Edson Chagas
Apesar da prisão, os moradores Hélio e Denise elogiam a gestão de Reginaldo
As secretarias que funcionam fora da sede da prefeitura mantiveram suas rotinas de trabalho. Na pasta de Obras, o secretário Edno Rainha receia que as máquinas possam ficar sem combustível nos próximos dias. "Como o posto foi interditado, não sabemos como vai ficar se isso se estender por mais de três dias".
Vazia, Câmara faz sessão hoje
Vazia, Câmara faz sessão hoje
Depois da Operação Lee Oswald em Presidente Kennedy, que culminou com o afastamento de quatro vereadores do município, na Câmara Municipal os funcionários continuaram os trabalhos como se nada tivesse acontecido. Mas durante toda a tarde de ontem nenhum dos nove vereadores esteve na Casa ou foi encontrado.
De acordo com o assessor legislativo da Câmara, Luciano Moreira dos Anjos, a Casa não foi oficialmente comunicada de nenhum pedido de afastamento. Segundo o assessor, a sessão de hoje à tarde, às 16h, está mantida e nada no funcionamento da Câmara foi alterado. No total, a Casa tem nove representantes.
Fonte:Blog Kennedense com informações- Gazeta On Line
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