Coordenador de acampamento do MST morto a tiros em Cambaíba
Mauro de souza
Há dois meses grupo fez registro de ameaça na 134ª DP
Foi encontrado na manhã deste sábado (26/01), por volta das 9h, numa estrada vicinal, próximo à Usina Cambaíba, em Campos, o corpo de um dos coordenadores do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra no município.
Cícero Guedes, de aproximadamente 50 anos, teria saído do acampamento Luiz Maranhão, localizado na sede da antiga usina, na tarde desta sexta (25/01) e não teria sido visto novamente pelos integrantes do grupo. O corpo de Cícero foi encontrado às margens de uma estrada vicinal. No chão os policiais puderam identificar marcas de pneus de um carro e uma motocicleta.
O coordenador estaria de bicicleta no momento do crime, mas a mesma não foi encontrada. De acordo com a professora da Universidade Federal Fluminense (UFF), Ana Costa, apoiadora do movimento e amiga da vítima, Cícero era responsável pela comercialização da produção de alguns acampamentos e estaria com aproximadamente R$ 600 num dos bolsos, o que segundo ela, pode descartar a hipótese de assalto.
A perícia da Polícia Civil esteve no local e revelou que a vítima foi atingida por vários disparos que atingiram a cabeça e nas regiões lombar e dorsal. No local não foi encontrada nenhuma cápsula deflagrada, mas durante a remoção do corpo, pelo rabecão do Corpo de Bombeiros Militar, uma munição de pistola calibre 40 foi encontrada sob o mesmo.
De acordo com os policiais que fizeram a segurança da cena do crime, a arma pode ter travado e na hora de remuniciar a munição teria caído. Como as cápsulas de pistola são expulsas da arma após o disparo, a ausência das mesmas indicam que os bandidos as removeram do local após a execução do militante.
O corpo de Cícero Guedes foi removido para o Instituto Médico Legal (IML) e a ocorrência registrada na 134ª Delegacia de Polícia (Centro).
DENÚNCIA DE AMEAÇA
Cerca de 100 famílias que integram o Movimento Sem Terra começaram a ocupação da sede da Fazenda Cambayba na localidade de Martins Lage, em Campos, em novembro do ano passado. O objetivo da ocupação seria pressionar o governo federal a concluir o processo de desapropriação, iniciado há 17 anos.
Três dias após a ocupação, integrantes do acampamento foram à 134ª DP (Centro), para registrar uma queixa de ameaça que um dos coordenadores do grupo, que na época não teve o nome revelado, teria sofrido no dia 25 de outubro por um homem já conhecido pelos integrantes e que saberia da possível ocupação.
De acordo com o advogado do grupo, Alexis Sardinha, na ocasião, o autor da ameaça, que supostamente aluga terras da usina para criar gados, teria usado uma pistola 9mm para intimidar a vítima.
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