VOLTA ÀS AULAS!!! DE
VOLTA A REALIDADE
Por:Genecy Filho
E aí pessoal? De volta à vida real? Preparados para a volta
às aulas? Pois é, acabou a moleza ! Na próxima segunda (18/02) inicia-se mais
um ano letivo. Está preparado para ele? Apesar de ser um fardo para alguns,
estudar é importante para se almejar um futuro melhor. Lembre-se que o
conhecimento é algo que você conquista e que ninguém pode tirar de você. No
mundo competitivo de hoje, ter conhecimento é ter poder. Pense nisso!!!
Para ajudá-los a encarar a volta às aulas com prazer e como
algo importante para sua vida e para vida das pessoas que te querem bem,
reproduzo um texto escrito por Lucimara Souza sobre esse momento tão importante
que é a volta as aulas.
“Volta às aulas na
minha época era bem instigante. Passada a primeira semana do novo ano, eu corria lá
na escola pra ver se a secretaria podia informar o dia do início do ano letivo. O retorno
era marcado por uma ansiedade prazerosa. Posso sentir o sabor daquela espera.
Muito aguardado era
igualmente o dia de sair pra comprar material escolar. Lá em casa, tudo era
multiplicado por três, e só meu pai trabalhava. Criou ali, desde cedo, uma doutrina.
Carecia que fôssemos, meus irmãos e eu, sempre compreensíveis.
Semanas antes do
início das aulas, minha mãe escolhia um dia, e, então, íamos à vizinha Ribeirão
Preto, de ônibus, pra comprar aquilo que serviria para ano todo. Cadernos eram
aqueles diários, brochuras, que continham o hino nacional atrás. As capas não
estampavam cantores, atores ou bandas famosas, mas se tornariam as mais bonitas
depois de envolvidas no papel plástico xadrezinho de azul ou vermelho. Lápis de
cores eram dos bons, pra durar o ano todo. O estojo era de madeira;
confeccionado pelo meu pai. Envernizado e com repartição pra borracha, lápis
preto e lápis de cores, era cobiçado porque abrigava até o tubinho de cola
branca. A tesoura vermelha era a do tempo do maternal, com meu nome
gravado. Até hoje eu a guardo com carinho.
Dias antes de voltar
pra escola, minha mãe e eu sentávamos junto da mesa da cozinha pra aprontar o
material: encapar os cadernos e colocar o nome nos objetos. Eu admirava o jeito
amoroso com que ela transformava os cadernos mais simples nos mais belos e
contempláveis. A primeira folha ganhava uma dobradura que, em seguida, seria
presenteada com uma ilustração, feita também por ela, minha melhor
desenhista. No caderno de Língua Portuguesa, traçava uma bonequinha. No de
Matemática, um patinho. No de ciências, um lago rodeado por flores mínimas. Não
necessariamente nessa ordem. Eram exclusivos os meus cadernos. Os desenhos eram
os mesmos que ela esboçava nas fraldas de pano que pintava à mão quando eu era
bebê. Eu os contornava delicadamente com os lápis novos, depois coloria e
apreciava com orgulho.
Com tudo pronto,
eu arrumava na mochila do ano anterior. Ali começava a espera pelo grande dia.
O organizar era feito
com muita ternura, capricho e muito amor. Atividade que demandava um tempo
tido como precioso. O encapar os cadernos, o lascar o lápis pra escrever o nome
na madeira, a fita crepe com o nome e a série... Não! Minha mãe não reclamava
por ter de exercer essa tarefa.
O tempo de preparar o
material escolar tornava a espera para o dia de voltar às aulas ainda mais
significativa. A expectativa para o meu momento feliz me dava mais vida e me
alegrava.
Chegada, então, a
aguardada segunda-feira, o reencontro com os amigos, com professores e
funcionários da escola era marcado por muitos sorrisos de felicidade e abraços
sinceros.
Foram momentos
abundantemente felizes... Momentos que hoje visitaram minha memória.
Aquele preparar com
amor me ensinou a enxergar beleza na simplicidade. A espera permitiu que eu
percebesse detalhes mínimos que fazem diferença na minha vida até agora, mais
de duas décadas depois.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário