Ato Público reúne 25 mil pessoas em defesa dos royalties do petróleo no ES
Foto:Romero Mendonça/Secom-ES
A manifestação reuniu uma inédita unanimidade em torno de uma só causa: o respeito aos direitos pelos royalties do petróleo.
Os capixabas superaram as expectativas do Comitê Em Defesa do ES e lotaram a Praça dos Namorados, numa grande festa da cidadania e de participação, para protestar contra a mudança proposta na divisão dos recursos gerados pela exploração do petróleo, atualmente ameaçados por Projetos de Lei em tramitação no Congresso Nacional.
Segundo estimativa da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e da organização do evento, estiveram no local entre 22 e 25 mil pessoas, dando corpo a um movimento que, desde o início dos debates sobre royalties em Brasília, ainda no governo do ex-presidente Lula, vem aglutinando cada vez mais cidadãos inconformados com o tratamento dispensado ao Espírito Santo pelos deputados e senadores dos estados não produtores, na tentativa de avançar sobre os royalties a que o Estado tem direito.
Segundo estimativa da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e da organização do evento, estiveram no local entre 22 e 25 mil pessoas, dando corpo a um movimento que, desde o início dos debates sobre royalties em Brasília, ainda no governo do ex-presidente Lula, vem aglutinando cada vez mais cidadãos inconformados com o tratamento dispensado ao Espírito Santo pelos deputados e senadores dos estados não produtores, na tentativa de avançar sobre os royalties a que o Estado tem direito.
Entidades de classe, empresários, senadores, deputados federais e estaduais, trabalhadores, famílias inteiras também vieram em caravanas do interior para a grande reunião, que contou ainda com a presença de 77 prefeitos, de vereadores, organizações não governamentais, sindicatos, associações de moradores e estudantes. O ato público também foi marcado pela integração dos três poderes. Representantes do Executivo Judiciário e Legislativo marcaram presença.
"Avançamos nas negociações, mas não estamos nem um pouco perto do que pode ser considerado respeitoso com o Estado do Espirito Santo. Este encontro trouxe os capixabas de todos os cantos, para que nós, reunidos, mostrássemos a nossa indignação, nossa força e determinação para defender os nossos direitos. Queremos uma proposta negociada, mas que não comprometa a nossa capacidade de investimentos e a nossa organização, construída com muito esforço por todos os cidadãos do nosso Estado, nos últimos anos", afirmou o governador Renato Casagrande.
Para o vice-governador Givaldo Vieira o ato público "Em Defesa do Espírito Santo" superou as expectativas e atingiu o objetivo. "Nossa meta era fazer com que a voz dos capixabas fosse ouvida pelos brasileiros de outros estados e chamar a atenção do cenário político nacional. Acredito que conseguimos. Passado este momento, vamos reunir o Comitê em Defesa do Espírito Santo nos próximos dias para avaliar o movimento de hoje. Caso, seja aprovada a proposta atual de divisão dos royalties, estamos preparados. Se for necessário, vamos acionar a Justiça", disse.
Givaldo completou dizendo que o grande número de pessoas que participaram do ato, na Praça dos Namorados, mostra que os capixabas aderiram voluntariamente ao protesto e que compreendem a importância do assunto. "O impacto na economia do Estado será muito significativo, e nos próximos três anos, será insuportável podendo resultar na paralisação de obras e investimentos", alertou o vice-governador.
"Queremos garantir o que é nosso por direito. Essa manifestação é uma demonstração de força e de união do Estado. Estamos aqui lutando para garantir os recursos dos royalties e sua aplicação na educação e na ciência e tecnologia", afirmou o prefeito de Vitória João Coser.
Direitos
Otimista com o evento, o vice-prefeito de Jaguaré Sávio Martins, salientou que os capixabas precisam abraçar a causa e lutar por seus direitos. "Querem tirar um direito sagrado nosso. Hoje, o projeto está tramitando, mas esperamos que a votação não aconteça na Câmara. Se isso acontecer vamos perder a guerra. A presidente Dilma precisa reconhecer que os estados produtores terão perdas. Nosso grande impacto não será ambiental, mas social. Em minha cidade, temos localidades próximas as áreas de exploração de petróleo que vão deixar de receber obras essenciais como saneamento básico e urbanização", frisou.
O prefeito de São Mateus, Amadeu Boroto, esteve presente no ato público e destacou que a atual proposta de divisão dos royalties representará a falência de muitos municípios. "Não podemos aceitar, que isso aconteça. Se tiver uma manifestação ainda maior do que esta em Brasília, nós iremos. Se preciso, vamos ao Supremo também. Esta briga é grande e já estamos colhendo material para entrarmos na briga judicial", declarou Boroto.
O prefeito de Bom Jesus do Norte, Adson Azevedo Salim, reforçou o coro de insatisfação dos municípios. "Com a proposta o Estado perde muito. Os recursos que iriam para a educação, obras e saúde podem sofrer cortes representativos. O impacto desta perda irá atingir diretamente a população. Não estou satisfeito com a proposta que será votada. Não podemos nos calar. Essa manifestação vai mostrar para os outros estados que queremos que o nosso direito seja respeitado", concluiu Salim.
"Caso a lei seja alterada, o nosso município, de Presidente Kennedy, será um dos mais impactados. Kennedy hoje tem uma situação estável com recursos garantidos para investimentos na agricultura, educação, saúde e transporte", informa o prefeito Reginaldo dos Santos Quinta (PTB).
Posicionamento dos capixabas
Os capixabas que acompanharam os discursos aplaudiam o que ouviam com faixas e cartazes de apoio ao movimento, que também aconteceu no Rio de Janeiro. De acordo com o Governador Renato Casagrande, o Espírito Santo deve perder R$ 500 milhões somente em 2012 e R$ 3 bilhões até 2015, caso o projeto não seja vetado.
Os capixabas que acompanharam os discursos aplaudiam o que ouviam com faixas e cartazes de apoio ao movimento, que também aconteceu no Rio de Janeiro. De acordo com o Governador Renato Casagrande, o Espírito Santo deve perder R$ 500 milhões somente em 2012 e R$ 3 bilhões até 2015, caso o projeto não seja vetado.
Estudante aceita a repartição dos recursos dos
roylaties (Foto: Juirana Nobres / G1)
roylaties (Foto: Juirana Nobres / G1)
Jovens, adultos e idosos estiveram no local debaixo de sol forte. Alguns a favor do movimento e outros a favor da repartição igualitária para os estados não produtores. “Eu concordo com a repartição dos royalties para os demais estados brasileiros. O petróleo extraído do mar não pertence ao Espírito Santo, é da União. Seria de certa forma egoísmo da nossa parte, já que existem vários estados no país que não tem o desenvolvimento econômico que nós temos”, relatou o estudante George Wildney.
O técnico em enfermagem Luciano Ribeiro, mora no município de Presidente Kenedy, no sul do Espírito Santo, e teme as possíveis perdas para os demais moradores. “O nosso município é o que mais sairá prejudicado, podemos perder mais de R$ 70 milhões por ano. Presidente Kenedy está se desenvolvendo e várias empresas estão gerando emprego para muitos moradores. Deus nos deu esse recurso natural e o homem não pode tirar”, disse Luciano.
Presidente Kennedy participa de ato contra adivisão dos royalties (Foto: Juirana Nobres / G1)
fonte:Blog Kennedense
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