Verão 2012 :até o coco será banido da praia
Prefeituras endurecem as regras para venda de comida e outros produtos nas praias. A justificativa é evitar danos à saúde dos banhistas
A Gazeta
foto: Carlos Alberto Silva
"No verão, as praias ficam imundas. Mas a qualidade da água de coco de garrafinha é ruim. Tem que haver um limite nesse controle"
Susyléa Abreu Lima, 41 anos, professora universitária e mãe de Lucas e Miguel
Susyléa Abreu Lima, 41 anos, professora universitária e mãe de Lucas e Miguel
Frederico Goulart
fgoulart@redegazeta.com.br
Milho verde direto da panela pode. Queijo na brasa, camarão no palito e água de coco vinda da fruta, não. As regras que vão organizar o comércio nas praias do Estado durante o verão mudam à medida que se chega a um novo balneário. Com tanta exigência, o turista que vai aproveitar o sol por aqui pode se preparar: aquela infalível marmita preparada em casa deve ser a receita certa para evitar surpresas.
As medidas mais radicais vêm de Vila Velha e Guarapari, municípios que, segundo dados da Secretária de Estado de Turismo, concentram 25% dos turistas que vêm ao Estado. Nessas cidades, o comércio do coco in natura (fruta) está proibido nas areias. Eles só poderão ser comprados em quiosques e calçadões.
Enquanto isso, os banhistas terão uma única opção a engolir: os produtos envasados em garrafas plásticas. "Não concordo. Estão tentando acabar com uma tradição", protesta o vendedor Hiata Araújo, 34.
Os motivos para essa decisão, segundo a Prefeitura de Guarapari, passam pela segurança dos frequentadores e pela preservação da saúde pública. Moradora da Praia da Costa, Vila Velha, a professora universitária Susyléa Lima contesta: "O banhista precisa ter opção".
No município, o secretário de Serviços Urbanos, Reginaldo Loureiro, aponta que, pelo fato de o coco ser natural, as pessoas costumam deixá-lo na areia. "Com as garrafinhas, a consciência será maior." O secretário promete disponibilizar 60 fiscais para fazer o controle das novas regras e retirar a licença de quem as descumprir.
Em Vila Velha e Guarapari, além da Serra, estão proibidos churrasquinho, camarão, queijo e qualquer produto vendido em palitinhos. A ideia é evitar que crianças sejam expostas ao risco de algum acidente.
Outra proibição que valerá na orla de Vila Velha é a circulação de carrinhos de milho verde. "O risco está na água. Eles terão que ficar parados perto do calçadão", diz Loureiro. Em Vitória, não houve alteração nas regras dos ambulantes.
Redução
A principal mudança sentida pelos frequentadores de Manguinhos, na Serra, será na quantidade de ambulantes fixos. Dos 30 habituais, a quantidade passará para dez. Já os vendedores que ficam circulando entre o balneário e Bicanga somam 80.
Marcos Tosta, diretor do Departamento de Posturas do município, aponta que a ideia é evitar passagem de pessoas nas áreas de preservação ambiental da região.
Quiosques novos
Para quem prefere Guarapari, a promessa é de mais qualidade nos serviços. E permanece a expectativa de entrega dos 26 novos quiosques da Praia do Morro, antes previstos para julho deste ano.
Algumas unidades já entraram na fase de acabamento. Haverá área para nove mesas com quatro cadeiras cada. O valor da obra, que contempla ainda a reurbanização de todo o calçadão da praia, é de R$ 11,1 milhões.
Números
938 mil turistas - foi o total de turistas que visitaram o Estado no último verão.
870 ambulantes - a quantidade de pessoas autorizadas a trabalhar nas praias de Guarapari na alta temporada.
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