quinta-feira, 12 de janeiro de 2012


Verão já é o mais chuvoso dos últimos cincos anos


Nos dez primeiros dias do mês, houve mais chuva que em todo o primeiro mês de 2011
Jacyara Carvalhojhcarvalho@redegazeta.com.br

Não é só uma impressão: por enquanto, este verão é o mais chuvoso dos últimos cinco anos, pelo menos nos seus dois primeiros meses. De acordo com a Somar Meteorologia, janeiro já teve, em apenas dez dias, um volume de água maior que a soma dos dois primeiros meses do verão passado. Quantidade que também supera, em quase 100%, a média histórica.

Tanto que os capixabas nem devem se lembrar, mas o último dia sem chuva foi 28 de dezembro, segundo o Instituto Climatempo. Se no último mês de 2011 - por sua vez, 25% mais chuvoso que a média - não houve muito sol, janeiro está ainda pior.
Por enquanto, já foram acumulados mais de 270mm de água, mais de 80mm deles das chuvas de ontem. E a contagem não deve parar. A previsão para hoje é de chuva em todo o Estado, concentrada um pouco mais no litoral.

Trégua

Não há, no entanto, previsão de temporais. Amanhã, o tempo deve abrir, mas a trégua dura só até domingo, quando volta a chover, segundo os meteorologistas do Somar.

O tempo ruim também não é exclusivo da Região Metropolitana. Na Serrana, o volume de água é grande. Ontem, às 16h, Santa Teresa acumulava mais chuva (83mm) no decorrer do dia do que Vitória (80.2mm), que vinha logo em seguida. De acordo com o Climatempo, até o próximo dia 25 o tempo deve estar mais estável e seco no Espírito Santo. As chuvas deverão ocorrer por conta do calor de verão, que aumenta.

Raios

Na manhã de ontem, o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) identificou muitas descargas elétricas, principalmente na Grande Vitória e Região Serrana. Segundo o meteorologista Ivaniel Maia, raios são normais em tempestades com nuvens muito carregadas, mas a quantidade chamou atenção pelo curto período.

foto: Vitor Jubini - GZ

Chuva deixa Santa Leopoldina  isolada.  300 famílias estariam desalojadas, segundo a Defesa Civil. Fotos: Vitor Jubini - GZ
Por que chove tanto?

Não há um motivo só. O mais citado é o fenômeno meteorológico La Niña, resfriamento das águas do Pacífico que modificam as correntes de ar. Essa mudança no oceano acaba afetando o Brasil. De acordo com Aline Tochio, meteorologista do Instituto Climatempo, as frentes frias passam mais rápido pelo Sul do país e demoram mais tempo no Sudeste e parte do Nordeste. Iara Nascimento, da Somar Meteorologia, explica também que a umidade da Amazônia está vindo em direção a essas duas regiões. Além disso, formou-se um centro de baixa pressão (ciclone) sobre a área.

O que fazer quando há incidência de raios?

Em época de chuva, deve-se evitar subir em telhados. É importante se abrigar em locais que não sejam construções metálicas e, caso não haja outra alternativa, não se pode segurar na estrutura. Desligar os eletrodomésticos e o registro geral de casa também são cuidados sugeridos.
Volume menor em duas cidades

Algumas cidades registram um volume de água pequeno em relação aos demais. Em Alegre, no Sul, o volume de chuva ontem à tarde era de 0.2mm; e em Presidente Kennedy, 1.4mm. De acordo com a Somar Meteorologia, nessas duas cidades deve chover mais no fim de semana.

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