Donizeti Costa e Tatiana Farah
foto Gazeta Online
SÃO PAULO - Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu, suspeito de matar o cartunista Glauco e seu filho Raoni, foi preso por volta das 23h de ontem quando tentava atravessar a Ponte da Amizade, em Foz do Iguaçu, e fugir para o Paraguai. Ele estava em um Fiesta preto roubado quando foi parado em uma barreira da Polícia Federal.
Cadu tentou fugir e atirou, atingindo um policial no braço. Os agentes conseguiram dominá-lo e levá-lo para a delegacia da Polícia Federal em Foz do Iguaçu.
O estudante Felipe de Oliveira Iasi, de 23 anos, motorista do carro que levou Cadu à casa do cartunista, na noite de quinta-feira, se apresentou ontem à tarde na delegacia de Osasco, na região metropolitana de São Paulo. Iasi chegou à delegacia por volta de 16h35m, acompanhado de um advogado, Cássio Pauletti. Ele foi liberado após prestar depoimento ao delegado Archimedes Cassão Veras.
Iasi apresentou-se voluntariamente. Segundo contou o advogado Pauletti, o estudante estava em casa na noite do crime quando recebeu um telefonema de Cadu. Convidado a sair, teria ido ao encontro de Cadu que, ao entrar no carro, teria colocado uma arma em sua cabeça, obrigando-o a levá-lo até a casa de Glauco. Cadu foi recebido pela enteada do cartunista, Juliana, e teria feito com que ela chamasse a mãe, Beatriz Galvão.
- Felipe percebeu que Cadu estava falando coisas desconexas, dizendo ser Jesus Cristo - disse o advogado.
Iasi contou que saiu do carro, viu e ouviu parte da discussão. Disse que não foi embora porque Cadu tomou-lhe a chave. Depois, conseguiu recuperar a chave e saiu, deixando Cadu para trás. Ele só soube do duplo homicídio pela televisão, no dia seguinte, segundo o advogado.
Não é o que disse, porém, a mulher de Glauco, Bia, em entrevista ao "Fantástico". Ela contou que, durante a discussão, pediu ajuda a Felipe Iasi, que assistia a tudo de olhos arregalados, e que ele nada fez. Disse também que, depois do crime, Cadu saiu no carro com o amigo.
Bia disse que Cadu estava muito nervoso, parecia drogado, e ordenava que o chamassem de "poderoso". Nervosa, ela disse que ele era Jesus Cristo - o que Glauco não fez.
- Ele estava com uma expressão transtornada, uma cara de drogado, totalmente fora de si. Quando o Glauco desceu, ele já chegou e já deu um soco na cara do Glauco, já derrubou ele. Aí, nesse momento ele pegou e tacou a coronhada do revólver na minha cabeça e me xingou, me jogou pro lado
Bia contou que, anteontem, Cadu ligou para seu celular. Muito nervosa, ela perguntou como ele tinha coragem de telefonar depois do que fizera, e o rapaz desligou.
Pelos depoimentos das testemunhas, o assassino teria premeditado o crime. Segundo o depoimento de Wagner Pinheiro, concunhado de Glauco, depois de render Juliana, Cadu agrediu Bia com uma coronhada quando ela apareceu.
Atraído ao local, Glauco não acreditava que Cadu portasse uma arma de verdade. Ele então teria jogado uma das balas da arma no chão e mandado o cartunista pegá-la.
Quando ele se abaixou, Cadu o teria agredido com um soco e disparado. Raoni, filho do cartunista, que chegava da faculdade, pediu de joelhos ao amigo que parasse, quando foi alvejado.
fonte:Extra Online
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