terça-feira, 23 de março de 2010

Mega-Sena: dono de lotérica e funcionária são indiciados por estelionato

RIO e PORTO ALEGRE - O delegado Clóvis Nei da Silva, titular da 2ª DP de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, indiciou nesta terça-feira o dono da lotérica Esquina da Sorte, José Paulo Abend, e a funcionária Diane Samar da Silva, que não validou uma aposta da Mega Sena com os seis números sorteados no concurso 1.155 , no dia 20 de fevereiro. Se condenados, os dois podem pegar uma pena de um a cinco anos de reclusão.

Um grupo de apostadores acreditou ter ganho o prêmio acumulado de R$ 53 milhões, mas a Caixa Econômica Federal informara que não havia apostas vencedoras naquele concurso. Os apostadores descobriram, então, que a aposta não havia sido registrada. A funcionária, de 21 anos, admitiu dias depois à polícia não ter registrado a aposta por esquecimento. De acordo com o delegado, a Caixa foi vítima no caso. Os apostadores tentam ainda obter o prêmio, com ação na Justiça.

O delegado concluiu que houve estelionato, crime com pena de um a cinco anos de reclusão. Para ele, o dono da lotérica cometeu estelionato por duas vezes: quando não registrou o jogo vendido e outra por obter lucro indevido sobre a venda dos bolões.

Como não fizeram o jogo, acabaram recebendo mais e feriram a Caixa e as pessoas que compraram as cotas e tiveram seus direitos frustrados


- O jogo que ele deveria ter feito custava R$ 132. Ele comercializava 40 cotas, cada uma a R$ 11. São R$ 440. É um valor indevido - disse o delegado. - Eu entendo que, depois de tudo isso, existe estelionato nessa prática de fazer o bolão. Quem faz tem uma vantagem indevida. Como não fizeram o jogo, acabaram recebendo mais e feriram a Caixa e as pessoas que compraram as cotas e tiveram seus direitos frustrados.

Silva disse que remeteria o inquérito à Justiça Federal ainda na tarde desta terça-feira. Para chegar à conclusão de que a funcionária e o dono da lotérica são culpados da acusação de estelionato, o delegado ouviu 45 pessoas, entre apostadores e funcionários do estabelecimento. De acordo com ele, a lotérica vendeu quatro bolões para o concurso e três deles não foram registrados. Com base nisso, Silva afirmou que fica difícil acreditar no depoimento da funcionária, que alegou ter esquecido de registrar as apostas:

Ela alegou um esquecimento. Eu entendi como uma hipótese muito frágil. Ela não registrou voluntariamente três bolões. Fica difícil acreditar (no argumento da funcionária).
Após o episódio, a Caixa suspendeu as atividades da lotérica, fechada desde o dia 22 de fevereiro.

fonte:Extra Online

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