Brasil é o quarto país mais desigual da América Latina, à frente somente da Guatemala, Honduras e Colômbia
RIO DE JANEIRO – Apesar de avanços no combate às desigualdades sociais, mais de um quarto da população pobre da América Latina vive no Brasil, segundo dados divulgados nesta terça-feira pela ONU. Em relatório feito pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), dados mostram que há 124 milhões de pessoas vivendo na linha da pobreza na região, 37 milhões delas só no território brasileiro.
O documento também afirma que o Brasil é o quarto país mais desigual da América Latina, à frente somente da Guatemala, Honduras e Colômbia. Entretanto o país avançou no combate à desigualdade, já que em 1990 era o líder do ranking das nações com pior distribuição de renda. O estudo também mostra que em 2020, 90% da população brasileira estarão vivendo nas cidades, assim como seus vizinhos do Cone Sul (Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai).
Urbanização da América Latina
Embora seja a menos povoada em relação à dimensão seu território, a região da América Latina e do Caribe é a mais urbanizada do mundo e quase 80% de suas populações vivem hoje nas cidades. Apesar desse panorama, após décadas de êxodo rural, o estudo demonstra que a explosão urbana é coisa do passado. A maioria das migrações acontecem, agora, entre as próprias cidades, que são responsáveis por dois terços do Produto Interno Bruto (PIB) da região.
Desde 2000, o crescimento médio anual da população na região tem sido inferior a 2%, crescimento considerado normal, segundo o relatório. Segundo o estudo, a desaceleração populacional na região, iniciada há cerca de 20 anos, deve continuar. Até 2030 o número de habitantes na maioria dos países latino-americanos e caribenhos crescerá menos de 1% ao ano e tal estabilidade demográfica é muito vantajosa para várias dessas nações, onde a população ativa supera em muito a de crianças e velhos.
A situação privilegiada, porém, não durará mais que 30 anos e as nações devem aproveitá-la para se preparar para um futuro sustentável, com boa estrutura para os idosos que serão maioria em algumas décadas. Para aproveitar esse momento, o estudo sugere uma série de medidas e novo modelo de crescimento diferentes dos atuais, que impulsionem a expansão das periferias, de rodovias, condomínios fechados e veículos individuais.
Segregação espacial diminui na América Latina
A proporção de pessoas vivendo em favelas na América Latina diminuiu nas últimas duas décadas, mas o relatório mostra que cerca de 111 milhões de pessoas ainda moram nesses espaços, a maioria segregada socialmente e espacialmente, com poucos locais de lazer, pouco transporte público, serviços básicos precários e poucos equipamentos sociais e estruturas produtivas.
A elaboração do relatório foi apoiada pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), a Federação Latino-Americana de Cidades, Municípios e Associações de Governos Locais (Flacma), pelos Ministros e Autoridades Máximas de Habitação e Desenvolvimento Urbano da América Latina e do Caribe (Minurv) e pela Aliança para as Cidades e o Banco de Desenvolvimento na América Latina (CAF).
fonte:Blog do BG
fonte:Blog do BG
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