Flavia Bernardes
Uma mulher com quatro meses de gestação perdeu seu bebê após o ataque do proprietário da fazenda Santa Maria, em Presidente Kennedy, que está em processo de desapropriação. Ao todo, além da gestante, mais 18 pessoas foram hospitalizadas. A informação é que o latifundiário utilizou agrotóxico para ‘pulverizar’ as 75 famílias que vivem na região desde 2009.
Segundo o Movimento dos Sem Terra (MST), o fazendeiro ordenou aos funcionários que pulverizassem a região. Ao cumprir a ordem, eles direcionaram o caminhão para o assentamento durante cinco minutos contaminando as famílias.
Segundo o Movimento dos Sem Terra (MST), o fazendeiro ordenou aos funcionários que pulverizassem a região. Ao cumprir a ordem, eles direcionaram o caminhão para o assentamento durante cinco minutos contaminando as famílias.
Segundo o MST, os laudos médicos apontam o uso de veneno agrícola como a causa dos sintomas apresentados pelos assentados. Entre os sintomas estão: secreção no nariz e nos olhos; falta de apetite; náuseas e vômitos; cólicas abdominais; diarréia; dificuldade respiratória; aumento da secreção brônquica; tosse; salivação; sudorese e incontinência urinária.
A informação do movimento é que uma força tarefa encaminhada pela Secretaria Municipal de Saúde chegou a ser encaminhada ao assentamento para socorrer as famílias. Entre os intoxicados foram identificadas oito crianças. Após o pré- atendimento, todos foram encaminhados ao Hospital Tancredo Neves, em Presidente Kennedy.
“Os empregados do fazendeiro espalharam herbicidas que possuem o princípio ativo utilizado na guerra do Vietnã pelo pasto”, denunciaram os assentados.
Localizada em uma área de 1,3 hectares, a Fazenda Santa Maria fica a 16 km da sede do município Presidente Kennedy e já foi considerada improdutiva pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O órgão chegou a anunciar a emissão de posse da área em 2009, quando os sem-terra ocuparam a região. Porém, a informação é que o proprietário da área está inconformado.
Neste contexto, o clima na região se mantém tenso e já foi denunciado ao Incra, Ministério Público Estadual (MPES) e à Polícia Militar. Sem a desapropriação oficial, eles denunciam que o fazendeiro já jogou o carro na direção de assentados e vem promovendo a coação das famílias assentadas. Eles cobram que o Incra proporcione a Reforma Agrária da região e a punição do fazendeiro pelo aborto de um bebê de quatro meses e a intoxicação dos demais assentados.
De acordo com um dos dirigentes do MST no Estado, Marco Antonio Carolino, a polícia foi chamada no momento da intoxicação e está investigando o caso. Para isso, foram recolhidas amostras do veneno utilizado durante a pulverização. As famílias prestaram depoimentos na Polícia Civil.
Agrotóxico
O MST denunciou que o histórico de degradação por agrotóxico na região é grande devido o uso intensivo de venenos agrícolas em Áreas de Preservação Permanente (APPs) e a pouca fiscalização do órgão responsável.
O movimento encaminhou duas denúncias sobre o uso indiscriminado de agrotóxico ao Instituto de defesa agropecuária e florestal do Espírito Santo (IDAF). A primeira denuncia a ocupação da área de preservação permanente e a segunda a utilização APP, inclusive, com o uso de agrotóxico.
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Fonte: Século Diário
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