quarta-feira, 20 de outubro de 2010

 Caminhada de Serra termina em pancadaria em Campo Grande

Tucano foi atingido na cabeça por uma bobina lançada por militantes do PT

POR THIAGO FERES
Rio - Terminou em pancadaria e muita confusão uma caminhada do candidato à Presidência da República pelo PSDB, José Serra, no início da tarde desta quarta-feira no calçadão de Campo Grande, tradicional área de comércio popular do bairro da Zona Oeste da cidade. O tumulto teve início depois que cabos eleitorais do PT -  partido de Dilma Roussef, adversária de Serra no segundo turno das eleições -, se enfrentaram com militantes tucanos.


Foto: Paulo Araújo / Agência O Dia
José Serra foi atingido na cabeça por uma bobina lançada por militantes do PT | Foto: Paulo Araújo / Agência O Dia
Durante o quebra-quebra que se formou, Serra foi atingido na na cabeça por uma bobina de adesivos lançada por um dos petistas. Acompanhado do deputado federal Fernando Gabeira (PV) - que neste domingo manifestou publicamente seu apoio ao candidato - Serra e simpatizantes tiveram que se esconder em uma van por alguns minutos para fugirem da pancadaria.
Foto: Paulo Araújo / Agência O Dia
Tumulto teve início depois que cabos eleitorais do PT se enfrentaram com militantes tucanos | Foto: Paulo Araújo / Agência O Dia
O tucano tinha acabado de iniciar uma visita ao bairro e fazia uma caminhada próximo à linha férrea, quando o grupo encontrou com militantes do PT na outra ponta do calçadão. Os petistas, que traziam faixas com dizeres contrários a campanha do PSDB, se aproximou de Serra, proferindo insultos e dando início a um empurra-empurra que terminou em uma briga generalizada.



Com a confusão, o comércio fechou as portas e a polícia teve trabalho para controlar o tumulto. Depois de alguns minutos, com o fim da briga, Serra fez questão de dar continuidade à caminhada e manifestou sua indignação com o ocorrido.

"Isso me fez lembrar a tropa de assalto dos nazistas", disparou, se referindo a ideologia formulada por Adolf Hitler e que culminou com a Segunda Guerra Mundial. "O PT também tem sua tropa de choque, infelizmente isso já aconteceu outras vezes em São Paulo", completou.

Royalties do petróleo

Antes da confusão em Campo Grande, Serra concedeu entrevista à rádio Tupi e falou sobre a questão dos royaltues do petróleo. Segundo o tucano, é preciso estudar um novo modelo que favoreça o Brasil sem que os estados produtores, como o Rio de Janeiro, percam recursos.

"Vou vetar. Eu fui contra porque no mundo inteiro, sem exceção, as regiões produtoras de petróleo recebem os royalties. Por que no Brasil seria diferente? O petróleo tem que beneficiar o Brasil como um todo, mas as regiões onde o petróleo é extraído devem ter um custo. No governo Fernando Henrique, eu batalhei para elevar a participação do Rio, que era o maior produtor (de petróleo) e aconteceu", declarou Serra.

Para o candidato, o projeto não deveria sequer ter entrado em pauta. "Eu ouvi deputados e senadores dizendo que concordam (que seria errado a redistribuição), mas se votassem contra poderiam perder votos. Esse projeto não pode passar para o Executivo e (se for) será reprovado, vetado, e vamos pensar em outro modelo que possa contemplar o Brasil", completou Serra.

De acordo com a emenda feita pelo deputado federal Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), os royalties passariam a ser distribuidos de forma igualitária entre todos os estados e municípios do país. A decisão prejudica estados produtores como o Rio, que recebem uma parcela maior dos royalties pagos pelas empresas. A receita do petróleo representa 12% do orçamento total do Rio.

O projeto foi aprovado pela Câmara em março. Em junho, ele também foi aprovado pelo Senado e retornou para a Câmara. Se for aprovado, ele seguirá para a sanção presidencial.

Impostos

Na entrevista, Serra disse ainda que, se eleito, presentará uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para retirar impostos de investimentos produtivos no Brasil. Segundo o tucano, é preciso haver um acordo entre União, Estados e municípios para que todos abram mão de parte da arrecadação, facilitando assim os investimentos no país.

"Tem de ser um acordo nacional e com uma emenda constitucional porque mexe com os Estados. Para investir e para gerar emprego, você precisa aliviar o peso dos impostos sobre esse investimento", disse.

O tucano prometeu que, se eleito, também pretende reduzir a carga tributária de alimentos básicos e medicamentos. Ele lembrou que quando foi governador de São Paulo, entre janeiro de 2007 e abril de 2010, abriu mão da arrecadação do ICMS para estimular investimentos voltados para o Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil.

"Nós assinamos um acordo de não cobrar (ICMS) no caso dos produtos necessários para a Copa. Mas a gente tem de ampliar isso muito mais", disse ele sem dar detalhes de seu plano. Serra afirmou que o combate à sonegação também é uma maneira para se reduzir a carga tributária que atinge alguns segmentos da sociedade. Para ele, alguns contribuintes pagam para compensar a sonegação de outros.

O tucano também afirmou que vai propor um pacto nacional para melhorar a qualidade da educação no Brasil com base em um planejamento para os próximos dez anos. Ele voltou a afirmar que pretende vetar, se eleito, a emenda constitucional que prevê a redistribuição dos royalties do petróleo. Atualmente, o projeto tramita no Senado. O Rio de Janeiro seria um dos Estados mais afetados por essa medida já que é responsável por cerca de 85% da produção de petróleo de todo o País.

fonte;O Dia Online

Nenhum comentário:

Postar um comentário