quarta-feira, 30 de junho de 2010

Exame de DNA de sangue encontrado no carro de Bruno ficará pronto em até 30 dias

Marcelo Portela
Bruno treina no Ninho do Urubu, apesar das suspeitas de 
participação do desaparecimento de sua ex-amante. Foto de Pablo Jacob - 
Extra
BELO HORIZONTE - Ficará pronto em até 30 dias o exame de DNA feito a partir das manchas de sangue encontradas no carro do goleiro Bruno, do Flamengo . O material colhido pela polícia mineira será comparado com amostras de sangue do pai de Eliza Samudio, o que vai determinar se são dela - suposta mãe de um filho do jogador - os vestígios encontrados no carro. O Instituto de Criminalística da Polícia Civil mineira confirmou, nesta quarta-feira, que as manchas encontradas no porta-mala do carro de Bruno são de sangue humano.

Para ajudar a elucidar o caso do desaparecimento de Elisa, a polícia conta ainda com os depoimentos de duas novas testemunhas. Uma delas é um homem que afirma ter ouvido, num bar, duas pessoas comentando que Bruno teria pagado R$ 70 mil a traficantes para sumir com o corpo de Eliza. Na mesma conversa, teria sido dito que o corpo foi jogado no Campo das Abóboras, tradicional local de desova da periferia de Belo Horizonte. A outra testemunha é uma mulher que teria visto Eliza e Bruno no sítio do goleiro, em Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte. Por temer represálias, ela prestou esclarecimentos aos policiais fora da delegacia. A polícia investiga a possibilidade de Eliza ter sido morta no local, por causa de uma briga judicial para que Bruno reconhecesse a paternidade sobre o filho dela, de quatro meses. Até então, a polícia tinha apenas denúncias informais de que Eliza esteve no sítio e tentava, por meio do rastreamento de celulares, comprovar a presença da jovem.

Além da hipótese de ela ter sido morta no sítio, a polícia também apura outras possibilidades. Isto porque o Range Rover de Bruno, onde foi encontrada a mancha de sangue, fora apreendido por documentação irregular em uma blitz em 8 de junho. No dia seguinte, Eliza conversou com uma amiga por telefone e chegou a dizer que estava bem, em Betim, município vizinho a Esmeraldas. Esta amiga, ouvida em Santos (SP), disse que Eliza parecia estar normal.

- Falar normal é subjetivo. Pode falar normal mediante coação - observa o chefe da Divisão de Crimes contra a Vida (DCcV), delegado Wagner Pinto.

Durante a tarde, circularam informações extraoficiais de que, durante diligências no bairro Liberdade, em Contagem, também na Grande BH, dois homens teriam sido conduzidos para prestar depoimento em local não revelado. A polícia não confirma a informação, mas assume que, nos últimos quatro dias, entre 15 e 20 pessoas prestaram depoimentos nas investigações.


Embora tenha sifo afastado do Flamengo no início da semana, Bruno treinou na manhã desta quarta-feira junto com outros goleiros no Ninho do Urubu, sede do time em Vargem Pequena, na Zona Oeste do Rio. Aparentando tranquilidade, o jogador sorriu durante todo o treino e conversou com colegas, mas não falou com a imprensa.

Também na manhã desta quarta-feira, a delegada Alessandra Wilke, da Delegacia de Homicídios de Contagem (DHC), na Região Metropolitana de Belo Horizonte, disse que Bruno ainda não foi intimado a prestar depoimento no inquérito que apura o sumiço de Eliza. Segundo a delegada, entretanto, nada impede que Bruno se apresente espontaneamente para depor.

Já a delegada Ana Maria Costa, titular da DHC, afirmou que nesta quarta não estão previstas novas buscas no sítio de Bruno, no condomínio Turmalina, no município de Esmeraldas, também na Grande BH. A polícia, porém, realizou diligência no bairro Liberdade, em Contagem, em busca de Luiz Henrique Romão, o Macarrão, amigo do goleiro e suspeito de ter participação no desaparecimento de Eliza. Agentes foram à casa de Macarrão, mas o imóvel estava vazio.

Disque-Denúncia recebe informações sobre o caso
 
O Disque-Denúncia (2253-1177) do Rio vem recebendo informações sobre o caso. De acordo com o superintendente do serviço, Zeca Borges, até o momento foram recebidas cinco ligações. Todas as denúncias foram encaminhadas para o Disque-Denúncia de Minas Gerais para ajudar a solucionar o caso. Zeca ainda não pensa em fazer uma campanha de recompensa, por entender que as investigações da polícia de Minas Gerais estão sendo bem sucedidas.

fonte: extra.globo.com

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