sábado, 19 de junho de 2010

Vereador voltará para presídio no Rio

Com licença vencida na Câmara, Cristiano Girão agora vai ter que lutar para não perder o cargo por falta

POR CHRISTINA NASCIMENTO
Rio - O vereador Cristiano Girão Matias ganhou no Superior Tribunal de Justiça (STJ) o direito de voltar ao Rio. Preso desde janeiro na penitenciária federal de Campo Grande (MS), o acusado de chefiar a milícia de Gardênia Azul, em Jacarepaguá, agora tenta não perder o cargo. Ontem, venceu o prazo da última licença dele na Câmara Municipal. A partir de segunda-feira, as faltas às sessões começam a contar.
Foto: Paulo Alvadia / Agência O
 Dia
Girão: declaração de bens suspeita | Foto: Paulo Alvadia / Agência O Dia
Pelo regimento da Casa, se Girão faltar a um terço das sessões ordinárias realizadas pela Câmara durante o ano, ele será automaticamente cassado. Durante o tempo em que estava de licença, o vereador ficou sem a remuneração, mas a verba de R$ 120 mil do seu gabinete foi mantida. O parlamentar responde atualmente por formação de quadrilha, extorsão e lavagem de dinheiro.

No julgamento do habeas-corpus impetrado pela defesa de Girão, a 6ª Turma do STJ determinou a volta do político ao Grupamento Especial Prisional (GEP) dos bombeiros, em São Cristóvão, onde estava ir para Campo Grande, em janeiro. Também foi decidida a anulação do Regimento Disciplinar Diferenciado (RDD).
O Tribunal de Justiça confirmou que já foi comunicado da transferência. O processo está na Sessão Criminal e o relator é o desembargador Francisco José de Azevedo.

A transferência do político para um presídio de segurança máxima foi pedida pelo Ministério Público. Havia informações de que Girão estava saindo do presídio do Corpo de Bombeiros irregularmente e até ameaçando testemunhas.
Ontem, o vereador era esperado no Rio para participar da audiência de um processo que responde no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). No entanto, segundo seu advogado, Yuri Sahione, sua vinda foi adiada, porque a sessão iria acontecer por videoconferência.

O processo no TRE foi aberto após uma reportagem publicada por O DIA, em 2008, que mostrou discrepância entre o patrimônio apresentado por Girão na Justiça e o declarado à Receita Federal. O vereador alegou ter apenas um Toyota Hilux de R$ 176 mil e cotas de duas empresas como seus bens. Mas consultas a cartórios e ao Detran revelaram que Girão também possuía fazenda em Silva Jardim, Interior do estado, avaliada por corretores em R$ 300 mil, e mais quatro carros e uma moto, que somados valiam quase R$ 120 mil.

fonte:odia.terra.com.br

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