quarta-feira, 14 de julho de 2010

Especial: ele não se mexe e ela se complica
Mãe de estudante desmente secretária municipal de Saúde
Luciana Máximo



secretária de Saúde Márcia Fardim



Rosane afirmou que somente às 17h30 da última segunda-feira recebeu um telefonema da secretária de Saúde, após o Ministério Público acionar o município e ordenar que o mesmo pusesse profissionais ao dispor do paciente.

“Somente anteontem ela me ligou informando que havia conseguido agendar um psicólogo para meu filho e um nutricionista. Porque o MP a acionou. Ela ainda me perguntou: ‘o que você está fazendo ai em Vitória? Eu disse: ‘meu filho está de cadeiras de rodas’. Ela disse: ‘impossível’”, contou.

De acordo com Rosane até para conseguir pagar a passagem para ir a Vitória às pressas quando viu que o filho corria risco de morte, pois, o quadro regredia foi preciso ajuda de amigos. “Eles não têm feito nada. Nem o carro para levar meu filho ao Crefes. O carro ia no dia e na hora que dava para ir. Meus colegas na escola com o apoio da diretora fizeram uma vaquinha e me ajudaram com R$200.00 para eu vir trazer meu filho. Agora eles estão fazendo uma rifa para me ajudar com os remédios. Meus irmãos é que estão me ajudando. Só um exame de eletro custou R$800.00, fora as consultas que pagamos em torno de R$250,00 cada. Não estou recebendo ajuda do município, eu tenho todas as notas e posso provar. Cada frasco de Imunoglobulina que meu filho precisa ingerir custa entre R$3 mil e R$4 mil, a neurologista que está tratando, receitou 25 frascos de imediato”, disse a mãe do estudante.
Para Rosane, a secretaria de Saúde se omitiu diante da gravidade da situação. “Estive três vezes na secretaria, mas ela não me atendeu. Não teve tempo”, afirmou.

Denúncia

Na tentativa de conseguir ajuda do município Rosane disse denunciou o caso, no dia 22 de junho ao Ministério Público (MP) e acredita que Márcia Fardim, que responde pela Pasta de Saúde, só tomou conhecimento na segunda-feira que o caso havia sido agravado quando ligou para sua residência e informaram que ela estava em Vitória com o filho porque o MP entrou em ação. “Ela só me ligou no fim da tarde de segunda-feira, fora isso, não me atendia”, assegurou.


“Tenho medo de que ele não volte a andar”

O maior temor da mãe do estudante é que ele fique com seqüelas e não volte a andar. “Tenho muito medo do meu filho não voltar a andar, mas tenho fé que com a ajuda de Deus e meus familiares e amigos o João vai sair dessa. Uma criança no auge da vida ser parada por um erro de uma enfermeira não dá para admitir”, teme a mãe.

Enquanto o caso não se tornou público, com a reportagem publicada ontem, com exclusividade pelo Jornal FATO, o município não se mobilizou, assegura a tia do estudante que fez a denúncia, a professora Maria Rita.

“Isso é um descaso muito grande. Esse menino tem de ficar bom e voltar andar. É um atleta em plena forma. O município tem de arcar com a responsabilidade. A família não tem como custear um tratamento deste. Foi um erro que precisa ser revisto”, indigna-se a professora.

No final da tarde de ontem, Maria Rita disse que os irmãos dela, que moram em São Paulo, seguiram para Vitória. Se o tratamento não der certo, vão levá-lo a SP. “Já tem um médico em alerta. Quando a secretária fala que é tudo pago pelo SUS é mentira. Todos os exames são particulares. E os remédios que ele está tomando em Vitória foram conseguido através da sensibilização de pessoas que foram informadas através da médica que está acompanhado o caso e abraçou a causa. A médica deixou o celular à disposição para que a mãe ligue a qualquer momento. O menino é um desafio para a neurologista. Ela está apavorada”, informou Louzada. 
 

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