terça-feira, 21 de setembro de 2010

“A palavra vale mais que 29 anos de amizade”

O vereador Brejeiro assegura que a palavra dada vale mais


Luciana Máximo



Essas foram às palavras do vereador de Presidente Kennedy Manuel José Abreu Alves (PTB), 44 anos, mais conhecido como Brejeiro. Para ele quando uma palavra é dada, deve ser mantida, custe o que custar.

Ele assegura que 29 anos de amizade que manteve com o ex-prefeito Aluísio Correa valem menos que um acordo em que deu sua palavra e não pensa duas vezes para ser fiel.


Brejeiro estava no grupo que supostamente sumiu do município às vésperas da eleição que escolheria a Mesa Diretora. Eleição esta que acabou não acontecendo no último dia 24 após a chapa adversária entrar com pedido de liminar através de mandado de segurança no Fórum local.

Recentemente, o edil estava sendo acusado de ter se aliado ao atual presidente da Câmara, Dorley Fontão da Cruz, num acordo de bastidores, o que teria levado a desaparecer do município.

Na presença das filhas mais novas, em sua residência o vereador confessou que se afastou com a família do lugarejo onde mora com a família porque estava sendo pressionado pelo ex-prefeito e o grupo adversário, que queria o seu voto para eleger o novo presidente.

Suas filhas, bem pequenas ainda, disseram que estavam na casa da tia e que durante o final de semana, o telefone do pai não parava de tocar.
Amizade com hierarquia e limites

Numa conversa com a reportagem do FATO, em sua residência, Brejeiro contou que, bem antes de montarem as chapas para concorrer à eleição, procurou Aluísio Correa para definir com quem deveria fechar, uma vez que, sua inserção no universo político, era mantida graças à relação de fidelidade que tinha com o ex-prefeito. Mas nem tanto assim, porque nunca fora tratado com privilégios e a amizade tinha hierarquia. Eles eram os melhores amigos, desde os 18 anos, braço direito, mas Aluísio sempre crescendo e ele sempre capacho. Quando Correa ganhou, teve concurso em 2001 e Brejeiro passou para motorista, mas acabou atuando como secretário de Obras, sem ser nomeado.

Na pasta, fez amigos e criou popularidade. Surgiram convites para que ele fosse candidato a vereador e Aluísio foi contra em diversas situações, porque já existiam os vereadores antigos que eram seus parceiros. Como contou, Aluísio o tratava sempre como funcionário. A relação de amizade tinha hierarquia. Não era aquele ‘amizade, amizade’. Ele contou que trabalhou na fábrica de farinha por longos anos e que bem antes de se interessar por política seu padrinho o instigava, dizendo que o povo gostava muito dele e que por isso certamente se daria muito bem na vida pública. Porém, a situação não era bem essa. Como o feitiço vira contra o feiticeiro, não deu outra, ele é vereador por dois mandatos, contrariando os interesses de Aluísio.

Independente da hierarquia e dos limites que daria ao ex-prefeito vantagens sobre o simples Brejeiro, ele acreditava que devia consultar seu mestre antes de tomar qualquer decisão. Nesse sentido o procurou, no pasto, próximo ao curral, para questionar se deveria montar outra chapa para concorrer contra Dorley, mesmo sendo vice do presidente atual. “Mas, montado estava no cavalo e montado continuou, não o deu ouvidos, saindo a galopar pelos campos em Jaqueira”.

Insatisfeito com o silêncio de Aluísio, que mal lhe deu atenção, procurou a ex-primeira dama, atual presidente do PTB, Tânea Correa, em um Posto de Gasolina, com intuito de saber se entraria para outra chapa ou permaneceria fechado com Dorley. “Ela também não deu atenção”.

Depois de tentar com o casal, seu referencial na política, não se limitou e procurou Dorley para perguntar como estavam as conversações para a eleição. Dorley então perguntou se ele gostaria de permanecer vice-candidato na chapa dele.

“Eu aceitei porque Aluísio não quis falar do assunto, me disse que eu faria o que quisesse. Assim o fiz, dei minha palavra. Não houve compra de votos nenhuma, nem mala preta com dinheiro. Não fugi. Não me escondi. Não sou homem para isso. Para mim a palavra vale mais que os 29 anos de amizade que tinha com Aluísio”, assegurou Brejeiro.

Jogo baixo, pressão emocional

Brejeiro é um homem bem humilde e mesmo estando no segundo mandato de vereador não mudou seus hábitos.
Continua morando na mesma casa baixinha, de telha, simples, com quartos largos e janela de madeira, com um imenso terreiro ao lado, cercado com 88 patos, porquinhos da índia, e muita galinha caipira. Seu passatempo predileto é jogar futebol e bisca com os amigos, curtir a família e bajular suas cinco filhas e sua mulher com quem está casado há mais 18 anos, Sueli Fernandes Moreira.

Brejeiro recebeu a reportagem em um churrasco entre amigos e confessou que perdeu a paz completamente depois que deu sua palavra a Dorley com quem fechou para concorrer à mesa diretora.

Disse que vinha recebendo pressões emocionais e que por pouco não o fez perder a cabeça. Até mensagens na caixa postal recebeu do ex-prefeito e da esposa Tânea Correa.
Mensagens absurdas, que revelariam segredos que tem com a família. Algo que o deixou complemente atordoado. Ele disse que entre estas, tinha deboches e palavras que o magoaram profundamente. Para um homem humilde, essas pressões não o fazem mudar de idéia. Ele diz que nem por todo o dinheiro do mundo mudaria sua palavra.

Fonte: blog Kennedense com informações  de ES de Fato

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