quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Arcebispo de Vitória se sente desrespeitado com a propaganda de Magno Malta

Dom Luiz Mancilha de Vilela: "Magno Malta usou de uma certa esperteza em colocar o Padre Antonio Maria"
Por Priscila Bueker(pbueker@eshoje.com.br) / Foto de Leonardo Sá.
O conteúdo do horário eleitoral gratuito do senador Magno Malta(PR), veiculado na televisão nesta segunda-feira (30), provocou reação negativa na Igreja Católica de Vitória. Tudo por conta da aparição do Padre Antônio Maria na inserção política do republicano. De acordo com o Arcebispo de Vitória, Dom Luiz Mancilha Vilela, a participação do religioso no programa desrespeitou as regras da igreja, que é apartidária. Esse foi um dos motivos que o fez repudiar a atitude do padre-cantor carioca.
A Arquidiocese de Vitória já vem demonstrando o compromisso com um pleito ético por meio da conscientização dos membros da igreja em relação ao voto. Porém, de acordo com arcebispo de Vitória, as recomendações são de que os padres não assumam nenhuma posição político-partidária. E no caso de Antônio Maria, a situação é agravada, pois ele não pertence à província religiosa capixaba.
"Por meio do depoimento, ele emprestou sua imagem ao programa de Magno Malta. Nada contra o político, mas não posso aceitar isso de um padre que vem de fora da minha arquidiocese. Expresso minha indignação, pois acima de tudo ele é um padre e deve obediência à igreja. É uma questão de respeito e ética com os bispos do Estado. Certamente ele, estando em Vitória ou fazendo propaganda para um candidato do Estado, que por si só é errado, deveria ter se dirigido a mim. A igreja não tem partido. Tenho uma só palavra", ressaltou Vilela.
Apesar de deixar claro que a Igreja não tem nada contra o candidato ao senado, Dom Luiz considerou, acima de tudo, o gesto de Padre Antonio Maria revestido de uma certa 'ingenuidade.' Demonstrando indignação com a desobediência, o arcebispo explicou que se o padre lhe devesse subordinação, seria advertido publicamente e por escrito.
"Faltou-lhe consciência crítica. Por ele ser um homem público, não morar aqui e não ser da nossa arquidiocese. Não entendemos esta atitude. Não é possível enganar nosso povo, porque este candidato pode não ser o nosso efetivamente. Magno Malta usou de uma certa esperteza em colocar o Padre Antonio Maria, pensando que poderia ganhar votos. O padre não precisava fazer isso, bastava dar a benção, mas ele assumiu um compromisso público com este gesto", explicou o arcebispo de Vitória.
Quanto a pedofilia, uma das bandeiras de Malta, o arcebispo de Vitória a considera legítima. Nos últimos anos, casos do crime, uma das lutas do candidato à reeleição, envolveu nome de sacerdotes da igreja. "Considero injusta ligar a bandeira da pedofilia à igreja. Ligar o ato à Igreja é demagogia. Quem conhece nosso clero, sabe que não é dessa forma. Não é justo se ter casos isolados e todos serem responsabilizados. A questão da pedofilia é algo da família. A igreja não aceita ser incluída como lugar de pedófilos. Se houver este criminoso, que se descubra, prove e ele com certeza será punido", enfatizou o Arcebispo de Vitória.
Como medida preventiva, Dom Luiz Mancilha Vilela relata que entrará em contato com a província religiosa a qual o Padre Antônio Maria está vinculado. Com o intuito que o superior do padre possa advertir o sacerdote e o leve a correção.
 
 
Debate. Para debater propostas com viés éticos e políticas públicas que beneficiem toda a população de forma igualitária, a Arquidiocese de Vitória irá promover uma sabatina com todos os candidatos ao Governo do Espírito Santo. O evento será na próxima sexta-feira (03), às 16 horas, no Colégio Agostiniano, no Centro de Vitória. As perguntas serão feitas por membros da instituição ligados à política.

fonte:ESHOJE

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